Bancários entregam pauta específica ao Bradesco e fazem Dia de Luta Nacional

Nesta terça-feira (23), em reunião realizada na sede do banco, na Cidade de Deus, foi entregue a minuta da pauta de reivindicações específicas dos funcionários do banco. Essa pauta foi definida pela COE do Bradesco no Encontro Nacional dos Funcionários de Bancos Privados, organizado pela Contraf-CUT, entre os dias 26 e 27 de maio, em São Paulo. Participaram da reunião o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados do Bradesco (COE), Gheorge Vitti e a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. O documento foi entregue para a diretora de Recursos Humanos do banco, Glaucimar Peticov.

Ficou definido, durante essa primeira reunião, que em 16 de julho haverá a primeira rodada de negociações da pauta específica com os seguintes temas:


  • Reabilitação Profissional – Esse tema já foi motivo de debates em outras campanhas de valorização dos funcionários e trata do retorno do trabalhador adoentado para o local de trabalho;
  • Parcelamento de Férias – A reivindicação dos funcionários é de que após o retorno das férias, o salário seja pago integralmente e descontado em parcelas mensais sem juros;
  • Saúde e Condições dos Locais de Trabalho – Nesse item será discutido o combate ao assédio moral, o cerceamento no atendimento bancário, as metas abusivas e o novo reenquadramento nas contas “Exclusive” no qual os bancários têm metas diárias, acumulando com outros serviços.

Outros pontos da pauta de reivindicações como emprego, mais contratações, auxílio educação (que é o único banco que ainda não paga), PCCS, Plano de Saúde entre outros, serão negociados em uma segunda rodada a ser agendada.

“Essa entrega da Pauta de Reivindicações específicas que fizemos hoje é muito importante para o processo de valorização dos funcionários do banco. No entanto, é fundamental que os bancários do Bradesco estejam juntos nessa luta para mostrar a nossa força e conquistarmos melhores condições de trabalho”, disse Gheorge Vitti.

Para Juvandia Moreira, os funcionários do Bradesco estão com sobrecarga de trabalho e, por isso, a negociação com o banco dos itens da pauta de reivindicações é muito importante. “A cobrança por metas, as vendas de produtos o reenquadramento nas contas “exclusive”, além das condições de trabalho estão levando os bancários a situações extremas, causando inclusive doenças. Portanto, é obrigação do banco negociar e atender os itens da pauta de reivindicações”, disse Juvandia.

Dia Nacional de Luta

Nesta terça, os bancários realizaram um Dia Nacional de Luta com manifestações em todo o País, dando início a mobilização da Campanha Nacional 2015 e também para pressionar o banco nas negociações da Pauta Específica.

Na base da Fetraf-RJ/ES a paralisação se concentrou nos municípios de Niterói e Rio de Janeiro, no estado do RJ, e em Vitória, capital do Espírito Santo. Dirigentes de outros sindicatos filiados engrossaram as atividades. Em Niterói, participaram sindicalistas de Campos, Nova Friburgo e Teresópolis. Para a atividade do Rio de Janeiro contribuíram dirigentes dos sindicatos da Baixada Fluminense, Petrópolis, Sul Fluminense e Três Rios. Em todas as bases as agências tiveram a abertura retardada em duas horas, abrindo só ao meio-dia.

O diretor para Bancos Privados da Fetraf-RJ/ES, Euclides Netto, avaliou como positiva a adesão dos bancários da base à mobilização do Dia Nacional De Luta dos Funcionários do Banco. “O movimento sindical bancário capixaba e fluminense demonstrou disposição de luta, força e unidade. Agora esperamos que nossas reivindicações sejam aceitas”, avalia o dirigente, que é funcionário do banco. O presidente da Fetraf-RJ/ES, Nilton Damião Esperança, participou da reunião de entrega da pauta, em São Paulo. “Cobramos do banco agilidade nas próximas negociações, já que os problemas vêm se arrastando e se agravando. Também tocamos na questão da compra do HSBC. Deixamos claro que, caso se confirme a compra, será preciso discutir o emprego dos bancários”, acrescenta Nilton.

“A intenção desse dia de luta é mostrar claramente ao banco a nossa insatisfação e dar uma demonstração da nossa força”, afirma Gheorge Vitti. Segundo ele, mesmo tendo apresentado lucro líquido de R$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre de 2015, o Bradesco impõe más condições de trabalho a seus empregados e impede o acesso ao atendimento a população mais pobre. “O banco tem plenas condições de atender às nossas reivindicações. Vamos nos empenhar muito nessa luta”, destacou.

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Rede de Comunicação dos Bancários