Bancários fazem Dia Nacional de Luta e participam de ato com Lula pelo Pré-Sal

A segunda-feira começou movimentada para os sindicalistas bancários do estado do Rio de Janeiro. Seguindo o calendário definido pelo Comando Nacional, os dirigentes de todos os sindicatos filiados à Fetraf-RJ/ES no estado vieram para a capital fazer paralisação parcial de agências. A atividade foi uma resposta à enrolação e às negativas dos patrões na mesa de negociação, que entra amanhã na quinta rodada. Em seguida, os dirigentes sindicais rumaram para a Cinelândia, de onde partiu uma caminhada até a sede da Petrobras para o abraço simbólico ao prédio, com a participação do presidente Lula.

As quatro primeiras rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban não trouxeram avanços, só frustração. Algumas reivindicações foram sumariamente negadas, muitas por serem consideradas, pelos patrões, como assuntos que devem ser decididos banco a banco. ao final da terceira rodada, que aconteceu nos dias 03 e 04 de setembro, Nilton Damião Esperança, representante da Fetraf-RJ/ES no Comando, chegou a dizer que esta parece estar se tornando uma resposta padrão. “Segundo a visão da Fenaban, não temos uma categoria bancária, apenas bancos com seus empregados”, criticou o dirigente, na ocasião.

A próxima reunião negociação com os patrões acontece nesta terça (16) e quarta (17). Para estas reuniões estão previstas a apresentação do resultado do Censo da Diversidade e a discussão de pendencias não econômicas que ficaram das quatro rodadas anteriores. Reajuste, PLR e demais questões relativas a remuneração serão discutidas na sexta-feira, dia 19.

O petróleo é nosso e o pré-sal também

O grande ato em defesa do pré-sal e da Petrobras tomou a Cinelandia desde o início da manhã desta segunda-feira, com a chegada de delegações de trabalhadores e ativistas sociais. As categorias que vieram em maior número foram os petroleiros e os metalúrgicos – estes últimos, ligados, na maioria, à indústria naval. Vieram também movimentos como o MST e a Via Campesina, o MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens, o Movimento dos Pequenos Agricultores, Associação de Moradores do Horto, Mulheres da Construção Civil, grupos do movimento estudantil, entre outros.

A caminhada até o Edifício-Sede da Petrobras foi curta, mas movimentada. Os sindicalistas e ativistas tomaram um trecho da Avenida República do Chile e ocuparam toda a passarela por sobre a via. Um palanque foi montado para receber representantes dos petroleiros e metalúrgicos e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A fala do ex-presidente foi a última e mais esperada. Lula falou de improviso, citando vários momentos de sua gestão em que teve que defender a Petrobras e da grande alegria de ver que, em oito anos de exploração do pré-sal, já foi extraído mais petróleo do que nos primeiros 31 anos de operação da empresa.

O ex-presidente lembrou também que em mais de uma ocasião foi ameaçado por políticos de oposição com uma CPI para investigar a empresa. Lula defendeu que aqueles executivos da empresa que desviaram dinheiro e se envolveram em qualquer forma de favorecimento ou corrupção devem ser investigados e, se considerados culpados, devem ser mandados para a cadeia.

Um dos principais pontos mencionados por mais de um ativista foi a importância do pré-sal para a educação do país. A intenção de algumas candidaturas para a presidência de diminuírem a importância da exploração da camada pré-sal foi considerada um retrocesso. A descoberta das reservas vai consolidar a autossuficiência brasileira em energia proveniente do petróleo, mas também ampliar as exportações, impulsionar a indústria petroquímica, continuar fortalecendo a indústria naval e promover avanços econômicos vários. Além de todos estes benefícios, o investimento de 75 % dos royalties do pré-sal na educação e 25 % na saúde podem suprir as carências dos dois sistemas, ampliando o acesso da população aos dois serviços. “O pré-sal é o nosso passaporte para o futuro”, considera Lula.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES