Neste momento é grande ebulição política na nossa sociedade e, infelizmente, o debate é feito pautado no ódio que foi fomentado pelos grandes meios de comunicações, como a Rede Globo, a Rede Bandeirantes, a Folha de São Paulo, o Jornal O Globo, diversas rádios pelo país, como a Jovem Pan de SP, entre outros veículos que atingem milhões de brasileiros diariamente.
Faço parte de uma das maiores e mais combativas entidades de classes do país, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Uma entidade que sempre esteve na luta por direitos e pela democracia, e no golpe militar teve sua sede invadida e diversos diretores e ativistas presos e torturados, com o seu ex-presidente, Aloísio Palhano, que foi raptado, torturado e morto. Seus restos mortais até hoje não foi encontrado.
O desrespeito à Constituição Federal
No atual cenário político, há um grande desrespeito a nossa Constituição Federal, em todo o processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff e que é conduzido pelos políticos mais corruptos deste país, Eduardo Cunha, Aécio Neves, Michel Temer, Moreira Franco, Agripino Maia, entre outros. Eles sim, estão com contas secretas na Suíça abastecidas com dinheiro público.
Na época do governo Fernando Henrique Cardoso, o governo usou dinheiro público para salvar os banqueiros privados, através do PROER e continuou no poder até o final do seu mandato. A Dilma é acusada de tirar dinheiro dos bancos públicos para colocar no programa Bolsa Família. Este é o crime que ela vem sendo acusada.
O posicionamento do nosso sindicato e os nossos direitos
Quando o sindicato diz o que está em curso no país é um golpe de estado, não é fazer a defesa de um governo ou ser contra as investigações em curso no Brasil e sim entender o que vem junto com todo este processo. O Sindicato dos Bancários e sua atual diretoria, é a favor que todos sejam julgados dentro da lei e, sendo condenados, que sejam presos.
Hoje, o que está em jogo e a manutenção dos nossos direitos elementares como trabalhadores: Direito a férias Remuneradas, 13º Salário, Licença Maternidade, Legislação Trabalhista forte, vide a CLT, respeito a Jornada de Trabalho, entre outras conquistas, que estão ameaçadas.
Quem trama o golpe nunca esteve do nosso lado
Quem vem tramando contra a Constituição Federal, são as forças mais reacionárias de nossa sociedade, as mesmas que foram responsáveis pelo desemprego de mais de 21% no governo Fernando Henrique Cardoso e que transformou o Brasil na maior concentração de renda do mundo. A FIESP, a FIRJAN, os banqueiros e boa parte do empresariado nunca estiveram do nosso lado e são eles que vão cobrar a conta de quem governar o país através de um golpe que foi patrocinado por eles.
Os projetos que acabam com os nossos direitos
Nós bancários estamos com nossos direitos, conquistado com muita luta, ameaçados. O projeto da terceirização que permite as atividades fins, como os caixas, foi vetado pela Dilma Rousseff e vai ser aprovado pelo Michel Temer, se ele assumir o país. Isto causará milhares de demissões em nossa categoria.
O outro projeto que nos atinge diretamente é o Negociado valer mais que o Legislado, isto significa que a Convenção Coletiva valerá mais que a CLT. Podemos afirmar, que os banqueiros terão a oportunidade de acabar com a nossa jornada de 6 horas e ampliar para abertura dos bancos aos sábados.
A mudança da conjuntura
Nós, trabalhadores, conseguimos conquistas com muita luta e com uma conjuntura favorável. Nos últimos anos sempre tivemos aumentos acima de inflação, o aumento real, que garantiu a recuperação do poder de compra dos nossos salários e agora a conjuntura será desfavorável, pois quem vai comandar o país, são políticos comprometidos com os empresários, latifundiários e outros interesses que não são o da classe trabalhadora brasileira.
São os mesmos, que no período do FHC, demitiram mais da metade da categoria em todo o país e deixou boa parte dos bancários com oito anos de reajuste zero e aqueles que conquistaram alguma coisa, foi sempre a reposição abaixo da inflação.
Companheiros bancários, é por isto que a direção do nosso sindicato optou por defender a democracia e ser contra o golpe de estado, por entender que a conjuntura ficará desfavorável e os que apoiam o golpe, serão os algozes dos nossos direitos e ali estão os verdadeiros e maiores corruptos que este país já teve. Basta ler o documento do PMDB, “Ponte para o Futuro”, que mais parece uma volta ao passado da escravidão e verão tudo o que estou descrevendo aqui.
Nossa unidade é a nossa força!