ncários da Nossa Caixa de todo o estado de São Paulo e trabalhadores de outras categorias ligadas ao governo estadual tomaram hoje (11) os corredores da Assembléia Legislativa (Alesp). Os trabalhadores foram protestar pela instalação de CPI que apure as denúncias contra o governo Alckmin e a apuração do uso da máquina pública do banco Nossa Caixa em contratos de publicidade.
Logo no início da tarde, os bancários realizaram desfile de modas na rampa da Alesp, para lembrar dos 400 vestidos recebidos pela ex-primeira-dama Lu Alckmin. Depois, os participantes percorreram os gabinetes dos deputados entregando “fogões”, numa alusão à compra duplicada de fornos pela Nossa Caixa.
“Se depender dos trabalhadores, essa não será mais uma denúncia sem apuração. Vamos lutar pela instalação da CPI e ainda brigar para que essa não se junte às outras 67 que o governo conseguiu barrar”, diz Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária da Nossa Caixa. Raquel teve um enfrentamento com o líder do governo na Assembléia, o deputado do PSDB Edson Aparecido.
“Quis entregar um fogãozinho para ele e registrar que os bancários da Nossa Caixa querem saber o que está sendo feito do dinheiro do nosso banco, que é público. Ele não quis receber e ainda me empurrou”, conta Raquel. Os trabalhadores acompanharam atentamente a reunião da Comissão de Finanças, em que deputados apresentaram requerimentos pedindo a apuração de denúncias contra o governo. “Se depender da bancada governista, essas denúncias serão enterradas, como todas as outras. Por isso, os trabalhadores têm que pressionar os deputados para que as denúncias sejam devidamente apuradas e as verdades sobre o governo Alckmin sejam reveladas”, diz Raquel.
Proservvi – Os empregados da Proservvi, em greve desde ontem, fazem assembléia hoje, às 18h, na Quadra do Sindicato, para decidir os rumos do movimento. Os trabalhadores protestam contra as condições precárias de trabalho impostas pela direção da empresa que presta serviços bancários para o Unibanco, Bradesco e ABN Real. Os trabalhadores reclamam de atraso nos salários, no depósito do FGTS, e do vale-transporte, além do não pagamento de horas-extras – a jornada chega a 12 horas diárias. Estão em greve 80% dos cerca de 1.500 funcionários da empresa nas unidades Barão de Limeira, Marechal Deodoro, São João, ABC, Osasco, Vila Matilde e Barra Funda.
Apesar de prestarem serviços de natureza bancária – como o processamento dos envelopes do auto-atendimento e dos malotes das pessoas jurídicas, além da preparação dos cheques para compensação – as condições de salário, benefícios e de jornada de trabalho oferecidas aos terceirizados são infinitamente inferiores às dos bancários. Na última sexta-feira, a direção da Proservvi ofereceu entre R$ 17 e R$ 20 para cada funcionário para que não houvesse paralisação das atividades, o que só fez desencadear o movimento.
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região