Especializados no middle market, o BicBanco e o Banco Pine mantiveram o foco no crédito para empresas e apenas marginalmente concederam crédito consignado. O BicBanco teve um lucro líquido de R$ 82 milhões em 2005, 20,1% inferior aos R$ 103 milhões de 2004. O forte do banco é o crédito para empresas médias e apenas 7,7% da carteira é de consignado. No Pine, o lucro líquido mais do que dobrou, crescendo 111,7% para R$ 67,9 milhões, sendo de 11,6% a fatia do consignado em carteira.
O BicBanco aumentou em 20,4% a carteira de crédito para R$ 2,776 bilhões – um ritmo de crescimento inferior ao da expansão de 50,9% dos ativos totais, que fecharam o ano em R$ 6,759 bilhões.
O vice-presidente do BicBanco, Milto Bardini, explicou que dois acontecimentos levaram o banco a ser cauteloso no crédito, fazendo com que a carteira deslanchasse apenas nos últimos meses, contendo as receitas. Primeiro, foram as reverberações da quebra do Banco Santos sobre a liquidez dos bancos de pequeno e médio porte que marcaram o início do ano. Depois, quando o aperto afrouxou, veio a crise política. ” O volume médio do crédito acabou ficando abaixo do registrado em 2004. Mas isso foi transitório. Este ano promete ser bem diferente e ter um retorno ” , disse Bardini, prevendo um aumento de 30% no crédito e um retorno sobre o patrimônio mais próximo dos 25,3% de 2004 do que dos 17,2% de 2005.
O foco, disse, continuará nas operações de maior retorno, como capital de giro e descontos, além da conta garantida, que representaram 37,8% e 18,3% respectivamente, da carteira em 2005. A fatia do consignado mais do que dobrou de 2,9% em 2004 para 7,7% em 2005. Bardini informou que a meta é chegar a 10% e vender o que exceder o percentual.
No Pine, disse o vice-presidente Luiz Cláudio de la Rosa, a cessão de crédito consignado representou cerca de um terço do resultado de 2005. A maior parte do resultado – os dois terços restantes – veio do crédito para pessoas jurídicas. O Pine ampliou em 12,6% a carteira de crédito em 2005, para R$ 823,9 milhões, excluindo finanças, enquanto os ativos totais aumentaram em 43,7% para R$ 1,99 bilhão.
Mais da metade – R$ 495 milhões – são empréstimos a pessoas jurídicas garantidos por recebíveis; e R$ 93 milhões .
Mas o Pine gerou bem mais do que isso em consignado. A produção total de consignado atingiu R$ 446 milhões, sendo que o total de cessões somou R$ 418 milhões.
Tanto o BicBanco quanto o Pine fecharam o balanço de 2005 com significativa melhora na captação. O BicBanco ampliou em 30,1% os depósitos para R$ 1,906 bilhão. No Pine, os depósitos totais cresceram no mesmo ritmo, 31%, para R$ 552,5 milhões. De la Rosa notou que o banco também levantou mais R$ 100 milhões com um fundo de recebíveis e US$ 33 milhões no exterior.
(Por Maria Christina Carvalho – Valor Econômico)
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