A Caixa está descumprindo a cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho que prevê o pagamento de 100 % das horas extras trabalhadas e a possibilidade do trabalhador optar pelo pagamento de 50 % e compensação do restante. Nas agências maiores, o ACT prevê a divisão meio a meio, mas nas unidades menores, em razão do reduzido número de funcionários, há previsão de pagamento do total. Apesar disso, a previsão orçamentária e o assédio moral têm criado uma realidade diferente nos locais de trabalho.
A Fetraf-RJ/ES já recebeu denúncias de três bases: Campos, Itaperuna e Niterói. A situação das unidades é difícil, já que não há funcionários para substituírem os que estão de folga, compensando horas extras. Em Campos há gestores concedendo a compensação, mas exigindo que o funcionário realize tarefas dentro da unidade, com uso da senha de um colega, para que aquelas horas não sejam registradas em seu nome. Em todas as unidades, há intensa pressão para que os empregados optem pela compensação e não pelo pagamento.
Cortes
Segundo denúncia de um sindicalista, gestores informaram que a Caixa limitou o orçamento das agências, o que os obriga a cortar o pagamento de horas extras. Houve unidades onde gerentes limitaram e até proibiram a realização de trabalho extraordinário para reduzir o valor da folha de pagamento.
Segundo Ricardo Maggi, diretor para Bancos Públicos da Fetraf-RJ/ES e funcionário da Caixa, a situação não se limita às bases que já informaram o problema. “Não se pode nem dizer que sejam casos isolados, já que as denúncias vêm de sindicatos que estão em áreas abrangidas por superintendências diferentes. Há muitas agências novas, das pequenas, no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense e é bem provável que esta situação esteja ocorrendo nestas também. Pelo que sabemos, somente em Petrópolis não há este problema, porque não há agências com até 15 empregados na base”, avalia o sindicalista.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES