Caixa diz que não há definição a respeito de reestruturação

A existência de mudanças de impacto na situação funcional e na locação dos empregados foi negada pela Caixa Econômica Federal na mesa de negociações permanentes com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, na tarde desta quarta-feira, dia 20, em Brasília.


Os representantes da empresa voltaram a afirmar que não há nada além do que pesquisas e diagnósticos sendo feitos por uma consultoria contratada, visando levantar pontos estruturais críticos e apontar melhorias em procedimentos. Coisa tida como parte da busca permanente por aperfeiçoamentos.


O trabalho da consultoria, segundo informaram, está ainda inconcluso e, portanto, desconhecido entre os gestores que não são da área que o acompanha.


Houve reconhecimento por parte dos negociadores da Caixa quanto à movimentação que acontece na área de Contabilidade, envolvendo as seis unidades situadas em diferentes pontos do país, mas como um caso específico, de alcance restrito.


Os representantes dos empregados chamaram a atenção para a dimensão que o boato sobre reestruturação assumiu dentro da empresa e solicitaram à Caixa iniciativas no sentido de melhor informar e orientar o corpo funcional para evitar inquietações. Sugeriram, inclusive, comunicação dirigida especificamente aos gestores, com o intuito de orientá-los a não darem vazão ao que não se tem como certo.


A rodada de negociação desta terça-feira tratou ainda da elaboração de política para descomissionamento, aperfeiçoamento do processo de avaliação por mérito e condições de trabalho. Este último tema envolveu questões como login único, Sisag, atendimento expresso, corredores para abastecimento dos caixas e abertura de agência versus locação de pessoal.


Durante a reunião, os representantes da Caixa se surpreenderam com a quantidade de problemas regionais que são apresentados nesta mesa. “De fato, seria muito melhor resolver muitas destas questões com a administração do banco em cada região. Sugeri que a Caixa promova reuniões entre o movimento sindical e os superintendentes, diretores e gestores de departamento em cada estado para discutir as situações específicas. Os representantes do banco se comprometeram a recomendar a realização destes encontros”, informa Luiz Maggi, representante da Federação na CEE/Caixa.


Descomissionamento


A Contraf-CUT entregou à Caixa sugestões para instituição de critérios e procedimentos a serem adotados em caso de retirada da função comissionada. A elaboração da política de descomissionamento foi acertada entre as parte no último acordo coletivo.


A ideia é assegurar que o empregado que ascendeu na carreira por meio de processos seletivos internos não venha a ser surpreendido com a retirada da função que galgou sem justificativas plausíveis por parte dos gestores, algo que acontece com muita freqüência atualmente. Pelo que se estabeleceu no acordo coletivo, a Caixa deverá apresentar o seu estudo sobre o assunto até 31 de março.


Avaliação por mérito


A Contraf-CUT abordou a avaliação por mérito instituída na empresa a partir de 2008 como uma conquista dos bancários da Caixa e propôs a retomada das discussões para aperfeiçoamento do processo.


O entendimento é de que há questões que merecem ser analisadas pela comissão paritária que elaborou os critérios da avaliação. Uma delas se refere às dificuldades que muitos empregados estão tendo para a conclusão dos cursos da Universidade Caixa. “Os cursos têm que ser feitos durante o expediente, mas os bancários não têm tempo. Com isso, muitos não conseguem os pré-requisitos necessários. A Caixa ficou de se empenhar para que as seis horas mensais para os cursos sejam respeitadas, bem como instalar locais para os bancários estudarem, com os computadores necessários”, relata Maggi.


A empresa concordou com a retomada das discussões na comissão paritária já no mês de março. A reunião deverá ocorrer entre os dias 11 e 15.


Condições de trabalho


Login único – A Caixa informou que o piloto foi implantado com sucesso e que a adoção do login único em âmbito geral se dará até o dia 31 de agosto.


Sisag – Os representantes dos empregados voltaram a chamar atenção para os problemas decorrentes da implantação do Sistema de Automação de Produtos e Serviços de Agências (Sisag), como é o caso da falta de suporte para ocorrências nos procedimentos experimentais.


Foi reafirmada a exigência de garantia de não punição aos empregados por erros decorrentes da implantação do novo sistema. A empresa afirmou que os problemas estão sendo eliminados e que os empregados não sofrerão conseqüências pelos que ocorreram ou que ainda possam ocorrer. “O novo sistema foi implantado em projeto-piloto em 226 agências, mas aconteceram muitos problemas, inclusive diferenças de caixa. É importante que o banco garanta que os bancários não terão prejuízos em decorrência disso. Vamos ficar atentos para verificar se a promessa será cumprida”, informa Luiz Maggi, representante da Federação na CEE/Caixa.


Atendimento expresso – A Caixa ficou de analisar os problemas apontados pela representação dos empregados em relação ao atendimento expresso. O principal deles é quanto à utilização de pessoas sem preparação para realizar o serviço, que exige conhecimento mínimo de operações de caixa.


Abastecimento de caixa – Segundo a empresa, das 22 agências que não contavam com corredores para o abastecimento dos caixas até o início deste ano apenas quatro ainda não tiveram solução para o problema.


Abertura de agências – Segundo os representantes da empresa, a Lotação Autorizada de Pessoal (LAP) na novas agências é de, em média, nove empregados. A representação dos empregados relatou exemplos de flagrante escassez de pessoal em boa parte das agências que estão sendo inauguradas e cobrou a ampliação do número de empregados, bem como a observância a outros problemas estruturais que comprometem as condições de trabalho. “A única resposta que a Caixa deu é de que fica mantida a regra de que os novos concursados serão contratados com lotação em agência”, relata Maggi.


PLR


A Contraf-CUT cobrou a antecipação do pagamento da segunda parcela da PLR para o dia 1º de março. A empresa anunciou o pagamento para esta data.

Fonte: Contraf-CUT com Fenae e Feeb RJ/ES