A decisão de remanejar todos os departamentos administrativos mais o centro Caixa Cultural para um novo endereço ainda não é definitiva, mas são grandes as chances de que o prédio da Almirante Barroso não abrigue mais a área-meio do banco, nem o equipamento cultural. A informação foi confirmada pela representante da empresa na última rodada de negociação, realizada em 24 de abril.
A informação não é novidade. A Caixa já havia comunicado, em novembro de 2017, sobre a intenção de transferir os departamentos para um edifício no bairro do Santo Cristo, área do Porto Maravilha. Na última reunião, a representante do banco informou que há negociações também com outro prédio, no Passeio Público, a poucas quadras da Almirante Barroso, mas nada ficou definido.
Quanto à Caixa Cultural, que ocupa o térreo e a sobreloja do atual endereço, o destino é incerto. A mudança dos departamentos para o novo endereço deve acontecer até o final de julho e a Caixa informa que os dois prédios procurados teriam espaço para a instalação de parte dos espaços culturais que existem atualmente. Segundo informação divulgada pela imprensa, após a mudança alguns eventos seriam transferidos para o Teatro Nelson Rodrigues, que faz parte do complexo cultural mantido pela empresa. Mas o teatro fica na Av. República do Chile, local de acesso bem mais difícil e de pouco movimento no horário noturno. A atual localização e as instalações da Caixa Cultural no prédio da Almirante Barroso são ideais para o funcionamento da extensa e variada programação que o espaço abriga.
Incerteza e apreensão
A preocupação dos funcionários com a mudança para a zona portuária não é injustificada. Além de não ter infraestrutura de transporte e serviços, a região apresenta alto índice de violência, sobretudo depois que o projeto de revitalização da área sofreu revezes e foi paralisado. A alternativa do prédio do Passeio não havia sido ainda informada aos funcionários.
A direção da Caixa informa que a mudança de endereço é necessária para contenção de custos. O edifício da Almirante Barroso é antigo e vem, há mais de uma década, apresentando uma série de problemas estruturais. Os elevadores, que foram fonte de problemas graves durante muitos anos, passaram por uma extensa reforma, custeada pela Caixa. Agora o problema é o sistema de ar-condicionado, que precisa ser substituído por completo, o que geraria despesas elevadas para o inquilino. Mesmo com todos estes problemas, a administradora do prédio pretende reajustar o aluguel em 50%, elevando o valor a um patamar totalmente fora da realidade do mercado imobiliário e quase 20 vezes acima da inflação.
Para o movimento sindical, a preocupação é com o bem estar dos empregados e com a manutenção das atividades culturais. “Nunca seremos contrários à redução de custos operacionais. O prédio da Barroso já vem apresentando problemas que colocam em risco a segurança e a saúde dos empregados e é razoável que a Caixa avalie a possibilidade de mudar para outro edifício para garantir condições de trabalho adequadas. Se esta mudança também significar custos mais baixos, tanto melhor. Mas isto não pode significar sacrifícios e riscos para os empregados, nem o fechamento da Caixa Cultural, um espaço que faz parte de um importante corredor cultural da cidade”, pondera Luiz Maggi, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/Caixa.
Fonte: Fetraf-RJ/ES