A reestruturação que está em curso no Banco do Brasil impôs um desafio ao Sindicato dos Bancários de Campinas e Região: o fechamento de duas agências e abertura de dois Escritórios de Negócios, o novo modelo de atendimento a clientes com renda acima de R$ 4 mil. A solução encontrada pelos dirigentes sindicais foi pressionar o banco a alocar nas novas unidades apenas empregados da mesma praça, passando por fora do sistema nacional de concorrência por vagas.
A negociação foi dura, mas os dirigentes sindicais conquistaram esta proteção aos bancários. “Fizemos este esforço para evitar perda das comissões. Garantindo que não haveria concorrência pelo TAO – o sistema nacional de talentos e oportunidades do BB – pudemos ter certeza de que os bancários envolvidos na reestruturação encontrariam vagas nos Escritórios de Negócios que ficaram com as carteiras de negócios das agências. Se não fosse assim, o sistema poderia apontar um funcionário de outra praça para preencher o cargo de um bancário de Campinas”, esclarece Jefferson Rubens Boava, funcionário do BB e presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região.
Além da concorrência fora do TAO, não houve nenhuma outra diferença no processo seletivo. Os bancários atingidos foram entrevistados, selecionados e alocados onde necessário. Outra exigência do sindicato foi que os bancários não fossem transferidos para outros municípios, até porque a abertura dos dois Escritórios de Negócios em Campinas gerou as vagas necessárias. Os dirigentes também obtiveram do superintendente o compromisso de que não haveria nenhum descomissionamento enquanto durasse o processo de implementação das novas unidades. “Não tivemos grandes deslocamentos e nenhum descomissionamento”, resume o presidente do Seeb-Campinas.
Agora o desafio é resolver os problemas gerados pela reestruturação na área operacional. “O banco está implantando o novo Modelo de Negócios, que segmenta os clientes entre correspondentes bancários, agências de varejo e plataformas digitais. Com a limitação do número de funcionários imposta pelo DEST no final do ano, o banco vai partir para a não reposição. Quando um bancário se desligar do banco, sua vaga será encerrada. O banco vai enxugar a estrutura e ir se virando com os funcionários que tem”, critica Jefferson. O problema que já está acontecendo em várias partes do país é que esta dança de cargos provocada pela reestruturação está tirando comissão de muitos bancários. “Daqui a pouco vamos ter um exército de pessoas com redução de remuneração”, preocupa-se o sindicalista.
Fonte: da Redação