O Sindicato dos Bancários de Campos paralisou por dois dias a agência do Itaú no bairro do Pelinca por falta de condições de trabalho e atendimento. O sistema de ar-condicionado da unidade está com defeito desde a semana passada e os dirigentes decidiram suspender o funcionamento até que o problema seja resolvido.
A situação é grave, mas não é nova. Desde o ano passado o sistema de climatização já vinha apresentando problemas. Com o fim do verão e as temperaturas mais amenas, os aparelhos conseguiram dar conta de refrigerar o ambiente e o banco foi adiando a solução. Mas agora, com a aproximação da estação mais quente, o calor voltou e a aparelhagem, que já é antiga, não teve capacidade para manter a temperatura ideal. “Na segunda-feira, a agência implantou sistema de conta-gotas para atender o público: só entrava uma pessoa quando outra saía. E o nível de estresse entre os funcionários era altíssimo porque, além das situações cotidianas do atendimento, havia o calor para piorar. Medimos 32ºC dentro da unidade na tarde deste dia”, relata Iraciny da Veiga, diretora do sindicato.
O que o Itaú não esperava era que o sindicato fechasse a agência. A entidade adquiriu um termômetro infravermelho que mede a temperatura ambiente e este aparelho tem sido usado sempre que surgem denúncias sobre mau funcionamento de sistemas de refrigeração. A direção do sindicato já havia entrado em contato com o gerente de Relações Sindicais do banco no Rio de Janeiro, Bruno Cavalcanti, mas a resposta não foi imediata. A solução foi paralisar para pressionar o banco a resolver o problema rapidamente. E deu certo. No final do expediente do dia 10, segundo dia de paralisação, chegaram funcionários da empresa de manutenção com peças para troca. “Vamos ver como vai estar a situação na manhã de quinta-feira. Vamos medir a temperatura e, se estiver num nível aceitável, a agência abre”, adianta Iraciny.
Economia de palito de fósforo
Segundo o Itaú, a vida útil dos equipamentos de ar-condicionado das agências é de dez anos. Mas, mesmo ainda dentro deste período, os aparelhos dão muito defeito e demandam muita manutenção. Os sindicalistas criticam esta prática do banco de exaurir o equipamento para, só então, substituí-lo. “Ao invés de mudar todo o sistema, instalando aparelhos novos, o banco insiste em manter estes equipamentos antigos, obsoletos, que consomem muita energia. A economia na conta de energia somente no primeiro ano já cobriria facilmente o custo da instalação dos novos aparelhos. O banco quer ter lucro e reduz custos cortando funcionários. Este tipo de economia, com contenção de despesas com energia, água e outros itens, requer planejamento, que o banco não faz. É uma administração mal feita. E os prejudicados, como sempre, são os bancários e clientes”, critica Vitor, funcionário do Itaú e diretor do Sindicato dos Bancários de Campos.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES