CARTILHA CONTA HISTÓRIA DA PRESENÇA DO NEGRO

A presença do negro no Estado – no mercado de trabalho, nas artes, no esporte -, a resistência à escravidão, a religiosidade e a invisibilidade são alguns dos temas tratados na cartilha que terá lançamento em Porto Alegre no dia 7 de fevereiro, com a presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil. A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/RS), Ana Lúcia Meira, destaca que a cartilha intitulada “O negro no Rio Grande Sul” mostra a procedência dos escravos trazidos da África, as regiões do País para onde foram levados, o envolvimento da Igreja com a escravidão e os ciclos econômicos que tiveram a mão-de-obra desta etnia.


O material terá uma tiragem de 55 mil exemplares a um custo de R$ 100 mil e será distribuído para as três mil escolas da rede pública estadual em uma parceria com a Secretaria de Educação (SEC) – que receberá 30 mil exemplares -, prefeituras de Gravataí e Viamão e áreas de quilombo no Estado. A Fundação Cultural Palmares, que é parceira do Iphan no projeto, se comprometeu em distribuir a cartilha no restante do País.


A superintendente do Iphan informou que o projeto da cartilha faz parte do projeto educação patrimonial do Instituto, que já publicou trabalhos semelhantes sobre as Missões, Italianos no Rio Grande do Sul e Primeiros Habitantes do Estado. Segundo Ana Meira, o trabalho foi todo organizado por historiadores e ilustradores negros e com colaboração de Ongs ligadas aos movimentos negros do Estado. A pesquisa histórica foi realizada pelo professor e Mestre em História Jorge Euzébio Assumpção e a redação dos textos pelo professor e poeta Oliveira Silveira. As ilustrações são de Maurício Pestana, que substituiu o artista plástico Pedro Homero, falecido no ano passado.


O trabalho destaca um capítulo especial para os negros ilustres como Tesourinha, Everaldo e Ronaldinho Gaúcho no futebol, Wilson Sant´Anna Vieira, o Calunga no basquete e Daiane dos Santos na ginástica artística. Na música, o destaque fica para Lupicínio Rodrigues, autor de clássicos da música popular brasileira. Destaca ainda a presença do gaúcho João Cândido, o Almirante Negro, que foi o líder da Revolta da Chibata em 1910, no Rio de Janeiro.


 


 

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