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BANCO RUAL: É UM BANCO OU É BANDO?


Augusto Nunes


O mundaréu de patifarias envolvendo o Banco Rural descoberto no annus horribilis bastaria, em lugares menos primitivos, para dissolver a instituição e remeter à cadeia uma penca de diretores. Como estamos no Brasil, a CPI dos Correios, que andou investigando o banco mineiro em 2005, apenas ampliou um formidável prontuário.

O banco chegou ao noticiário político-policial pelas mãos do notório PC Farias. Depois vieram a CPI do Orçamento, a dos Títulos Públicos, a do Futebol, a do Narcotráfico, a do Banestado e a dos Correios. Esta é a mais recente. Não será a última. No Rural, CPIs são tão rotineiras quanto medidas destinadas a aviltar os salários dos empregados.

Fonte: Jornal do Brasil

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BBVA PODE VOLTAR A TER BANCO NO PAÍS

O BBVA estuda voltar a ter um banco no Brasil. A idéia, segundo o chefe do escritório do banco espanhol no Brasil, Alberto Charro, é atender à demanda de investidores institucionais, empresas e fundos de hedge (menos avesso a riscos) clientes de Madri, Nova York e Londres por operações em reais. “Queremos fazer derivativos estruturados para nossos clientes no país”, diz ele. “Temos uma demanda que precisa ser atendida com uma certa urgência”, afirma.


Para realizar atividades de tesouraria para clientes, é necessário ter um banco no país ou fazer parcerias com algum banco local. Hoje, o BBVA tem um escritório de representação no Brasil, com cerca de 25 funcionários, e uma participação de 5% no capital do Bradesco. A participação foi acertada quando o então BBV vendeu o seu banco no Brasil ao Bradesco, em 2003, após ter atuado no país desde 98, quando comprou o Excel.


Segundo Charro, o tesoureiro do BBVA para América Latina, Gerardo Vargas, está em visita ao Brasil para conhecer tesourarias, entre elas a do Bradesco. “Vários executivos do banco virão para cá antes de tomarmos uma decisão”, disse. Segundo ele, a opção de comprar um banco no Brasil está descartada.


Hoje, apesar de só ter um escritório no Brasil, o banco já consegue montar estruturas de forma a oferecer empréstimos em reais a seus clientes e de acordo com as normas do Banco Central. O banco deu garantia total, por meio de uma carta de crédito “stand-by”, a um empréstimo-ponte feito pelo Bradesco de R$ 562 milhões ao consórcio de empresas espanholas Cobra, Elecnor e Isolur que venceram leilão de concessão de linhas de transmissão de energia no Brasil, diz Paulo Machado de Carvalho, responsável pelas operações de finanças estruturadas.


“Somos um escritório de representação, mas nossa capacidade de empréstimos às empresas brasileiras é bem maior do que muitos bancos estrangeiros com subsidiárias no país”, afirma Charro. O banco tem limite de US$ 6 bilhões disponível para exposição ao Brasil no mercado externo e tem mais de US$ 2 bilhões em carteira. “Podemos realizar até US$ 750 milhões para apenas um cliente”, conta.


Essa disponibilidade para Brasil no balanço aliada à crescente internacionalização das empresas brasileiras têm feito o BBVA crescer na atividade de fusões e aquisições. O banco tem presença em países da América Latina (o BBVA tem filiais na Argentina, Chile, Colômbia, México, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Venezuela e Uruguai), o que lhe traz uma vantagem comparativa: conhecimento das empresas locais. Assessorou o grupo Mapfre Seguros na aquisição da Nossa Caixa Vida e Previdência e o grupo Agbar na venda da Águas Guariroba.


“Com o real valorizado, as empresas brasileiras estão aproveitando a oportunidade e comprando outras em países na região”, diz Reynaldo Passanezi, que desde janeiro se tornou o chefe da área de fusões e aquisições para América Latina do BBVA. Antes, ele cuidava da atividade só no Brasil, mas foi promovido diante da importância crescente que a chamada área de finanças corporativas no Brasil vem adquirindo para o banco.


Agora, o BBVA está em processo de contratação de mais um executivo sênior para cuidar da área de fusões e aquisições no Brasil. Também está contratando um outro executivo sênior e mais quatro a cinco analistas para cuidarem de execução de empréstimos.


 


Parceria com Bradesco na gestão de caixa


O BBVA vai realizar parceria com o Bradesco para fornecer um serviço integrado em toda a América Latina de gestão de caixa para empresas que estão em processo de internacionalização. Por meio do serviço, será possível às multinacionais regionais centralizarem o caixa das diversas subsidiárias e da matriz como se fossem uma só empresa. Para tanto, só falta integrar o sistema BBVA Cash, que já opera no México, em Porto Rico, Venezuela, Colômbia, Peru, Chile e Argentina, com o sistema de gestão de caixa do Bradesco.


A informação foi prestada ao Valor por Sidney Dias de Oliveira, que acaba de ser contratado pelo BBVA para cuidar do serviço conhecido como “cash management” do banco para o Mercosul.


As parcerias do espanhol com o Bradesco não param por aí. Segundo informou José Luiz Acar Pedro, responsável pelo Bradesco Banco de Investimento, à “Dow Jones”, o banco brasileiro pretende lançar um fundo para investidores estrangeiros no Brasil aplicarem em títulos públicos, aproveitando a isenção de Imposto de Renda. O brasileiro avalia parecerias na distribuição com o BBVA e com o Banco Espírito Santo de Investimento.


O BBVA vem conseguindo importância crescente no mercado de empréstimos externos para o Brasil. Em 2005, ficou no segundo lugar no “Ranking Valor de Captações Externas” na categoria empréstimos sindicalizados. É um dos líderes de operação de US$ 1,2 bilhão da Votorantim Industrial que está no mercado. Realizou em 2005 operações para a Loma Negra, da Camargo Corrêa, na Argentina, e para subsidiária da AmBev no Peru.

Mas quer continuar a crescer. Pretende agora oferecer crédito também às empresas de segunda linha ou “primeira linha ampliada” no Brasil, como preferiu definir o chefe do escritório do banco no Brasil, Alberto Charro. A idéia é passar a operar com cerca de 100 empresas que passarem pelo crivo do diretor de crédito, Francisco Antonio de Pauli. Hoje, o escritório atua com 60 empresas no Brasil.

Fonte: Valor Econômico

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BANCÁRIOS DO ABN DÃO PASSO INICIAL RUMO A ACORDO MARCO

Lucimar Cruz Beraldo


Os bancários do ABN do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai conquistaram, nesta quarta-feira, um feito inédito. Pela primeira vez na história da categoria, representantes sindicais de diferentes países estão reunidos com a direção do banco para debater formas de estreitar o diálogo rumo à efetivação de um “acordo marco”.


O Encontro Internacional dos Representantes dos Trabalhadores e a direção do ABN Amro, está ocorrendo durante todo o dia de hoje, na matriz do banco, em São Paulo, sob a organização da Coordenadora Sindical do Cone Sul  (CCSCS) e da Uni América Finanças.


Na abertura, o presidente do banco, Fábio Barbosa, expôs as preocupações da empresa, as quais, segundo ele, não são apenas de mercado, mas também humanas e sociais, chegando a classificar os funcionários como principal ativo da instituição. Na seqüência, Vagner Freitas, presidente da Uni América Finanças, destacou a importância de assegurar direitos e conquistas para os trabalhadores de multinacionais e transnacionais lotados em diferentes nações frente ao avanço da globalização.


A coordenadora dos funcionários do ABN Real, no Brasil, Deise Recoaro, ao instalar os trabalhos, lembrou a importância da organização nos locais de trabalho, ressaltando a intenção das entidades sindicais de promover sua atuação da “porta para dentro do banco”, o que, no seu parecer, requisitará maior qualificação dos dirigentes sindicais.


Na seqüência, houve apresentações sobre a estrutura organizacional do ABN e da atual organização sindical feitas, respectivamente, pela diretora de RH do banco, Lílian Guimarães, e pelo dirigente sindical Ricardo Jacques.


Lílian Guimarães abordou as metas de crescimento da instituição, sua colocação no mercado e as políticas de valorização da diversidade. Segundo ela, o banco privilegia não apenas a diversidade humana, mas também de idéias. “Temos a diversidade como estratégia, como diferencial nos negócios e como fator de enriquecimento da sociedade”.


Ricardo Jacques, por sua vez, fez uma regressão sobre a organização sindical desde o âmbito global até o funcionamento das entidades em nível regional. Também relatou a evolução dos debates entre os representantes sindicais bancários sobre a importância de buscar acordos globais para os bancos com atuação em diferentes nações, com respeito aos princípios básicos como liberdade sindical, livre negociação, promoção da igualdade de oportunidades e de erradicação do trabalho escravo e infantil, dentre outros. “O debate evolui desde o início da década culminando, em 2005, com a realização da reunião conjunta de redes sindicais de bancos internacionais (Santander, BBVA, ABN e HSBC)”.


Segundo o dirigente, neste período, os debates focaram, principalmente, a deslocalização do trabalho (imposição aos trabalhares para mudarem de países) e o processo de terceirização da mão de obra. “Nossa principal preocupação é manter direitos e conquistas, independentemente das diferenças culturais e legislativas. Esse é um processo evolutivo já com negociações em curso no Banco do Brasil e perspectivas de iniciar o debate no Itaú, além dos bancos internacionais”, antecipa Ricardo Jacques ao destacar a importância do presente encontro com o ABN. “Esperamos concretizar aqui regras de convivência capazes de solucionar problemas do dia a dia do bancário”.


O diretor de Relações Sindicais do ABN Real, Jerônimo Anjos, confirmou a receptividade do banco em relação à proposta e revelou a existência de política na instituição de promoção de treinamentos aos gestores no sentido de buscar relação saudável com o movimento sindical. “A construção de normas de conduta depende de como se relaciona o banco e o movimento sindical. Então, vamos estreitar os laços e construir juntos esse diálogo”.


Na avaliação do diretor da FETEC/CUT-SP e representante dos funcionários do ABN Real, Gutemberg de Souza Oliveira, o encontro desta quarta-feira abre novas perspectivas no movimento sindical bancário. “Estamos presenciando um espírito bastante receptivo e otimista. Esperamos que isso se reproduza no dia a dia, nas negociações com as entidades sindicais e na melhoria das condições de trabalho do bancário”.


O dirigente, no entanto, faz um alerta: “Temos de atentar para a inversão de valores, quando o banco usa a responsabilidade social como marketing. O que temos visto até agora é uma grande preocupação com a imagem, a exemplo de recentes casos no Paraguai e Uruguai. Por isso, o discurso tem que se transformar em prática e o funcionário ser realmente assistido pelo banco, haja vista que as pesquisas anunciadas por Lílian Guimarães não são indicativos de satisfação”.

Para Gutemberg, o melhor termômetro são os sindicatos. “Se as demandas nas entidades forem muitas isso significa que a situação na empresa está maquiada. Por outro lado, temos que reconhecer a iniciativa do ABN, de abrir esse espaço para mostrar suas políticas e abrir o diálogo. Friso, porém, que se o banco quer realmente ser diferente, então que ele faça diferente”.

Fonte: FETEC/CUT-SP

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INSS PROÍBE TAXA NO CONSIGNADO


Bancos não poderão mais cobrar a Tarifa de Abertura de Crédito (tac)


 

O Governo decidiu proibir a cobrança de Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) nos empréstimos com desconto em folha para aposentados e pensionistas do INSS. A decisão foi tomada ontem na reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) e a medida, prevista pela Resolução nº 1.272, entrará em vigor depois da publicação no Diário Oficial da União.

Fonte: Diário de São Paulo

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BANCO UTILIZA ARTIMANHA PARA ENGANAR ISO 9000

NO PERÍODO DE AVALIAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE QUALIDADE, INSTITUIÇÃO RETIRA OBRIGATORIEDADE DE VENDA DE PRODUTOS


O Sindicato tem recebido denúncias de punições a bancários que não conseguem vender produtos para o cumprimento de metas. Especificamente no Bankfone, onde até pouco tempo os funcionários faziam o atendimento ao cliente e a venda apenas de consórcio, mas desde fevereiro estão obrigados a vender diversos produtos. “Durante mais de quinze anos fiz apenas esse atendimento, como é que o banco quer que eu passe a vender mais de uma hora para outra? “, questiona o bancário Gustavo Leitão (nome fictício), do Bankfone.


Gustavo está entre os punidos pelo não cumprimento de metas – o Itaú tem dado advertência e até suspensão aos trabalhadores. Ele afirmou também que, além do assédio moral, o banco tem mantido uma tática para a obtenção do certificado de qualidade ISO 9000. “Quando o fiscal está no Bankfone, a obrigatoriedade da venda desaparece do sistema. Ela só reaparece quando o representante da ISO vai embora”, denuncia o bancário.


De acordo com o diretor do Sindicato Aladim Takeyoshi, a entidade tem questionado as práticas adotadas pelo Itaú para que os funcionários atinjam as metas. “As denúncias do Bankfone são graves e, caso sejam confirmadas, o Sindicato tomará as devidas providências” afirma.

Fonte: Seeb SP

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TARIFAS DE BANCOS VARIAM ATÉ 161%, MOSTRA PROCON

Pesquisa da Fundação Procon de São Paulo feita em fevereiro mostra que as tarifas bancárias cobradas em serviços e produtos podem variar até 160,87% entre um banco e outro.


Foi o que aconteceu com a tarifa de manutenção do cartão magnético de débito. O banco estadual de São Paulo Nossa Caixa cobra R$ 6,00 por mês, enquanto no privado Santander, o custo mensal do cartão sai por R$ 2,30. Essa diferença de quase 161% foi a maior encontrada pelo Procon nesse levantamento.
O custo médio de manutenção do cartão, entre os dez bancos pesquisados ficou em R$ 3,65, aumento de 16,64% em relação aos valores cobrados um ano atrás.
As instituições que fizeram parte da pesquisa foram Banco do Brasil, Banespa, Bradesco, CEF, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Santander e Unibanco.
Segundo o Procon, a pesquisa baseou-se em perfil hipotético de cliente pessoa física, titular de conta corrente com cheque especial, que utiliza regularmente os principais serviços necessários à movimentação e controle de sua conta corrente, e que optou pela isenção do primeiro talão de cheques no mês.
Não foram considerados outros indicadores, como saldo médio, poupança, aplicações, empréstimos e seguros, entre outros, em virtude da variação promocional de descontos adotada pelos bancos.
Foram pesquisados alguns itens básicos: renovação do cadastro de pessoa física, manutenção da conta corrente ativa, renovação do cheque especial, remessa domiciliar de talão de cheques e manutenção do cartão magnético (função débito).
De acordo com o Procon, não é possível comparar os pacotes de serviços entre as instituições financeiras, devido à diversidade desses serviços.
O custo médio do envio de talões de cheques pelos Correios subiu 18,28% em um ano, atingindo R$ 4,58.
A renovação trimestral do cheque especial passou a custar em fevereiro R$ 19,43, um acréscimo de 5,54% sobre os preços de março do ano passado.
O Procon orienta os consumidores a acompanhar a tabela de tarifas bancárias vigente na instituição e a conhecer todos os pacotes ofertados, porque podem ser vantajosos ou não, conforme o volume de uso de cada cliente. Em caso de dúvida, o consumidor deve consultar o gerente da sua agência.

Fonte: UOL

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MAIS BANCÁRIOS, MENOS FILAS: SINDICATO FAZ ARRASTÃO EM BANCOS DA RETA DA PENHA

A diretoria do Sindicato dos Bancários realizou hoje (29/03) um arrastão nos bancos localizados na Reta da Penha, em Vitória, divulgando a campanha “Mais bancários, menos filas – Contra os abusos dos bancos”.


A campanha foi lançada oficialmente no dia 15 de março, Dia Internacional do Consumidor. Durante os arrastões, que são feitos de surpresa, os diretores do Sindicato percorrem as agências, entregando o adesivo da campanha e uma edição especial do Jornal do Cliente. Eles também esclarecem aos clientes e usuários sobre a importância da contratação de mais bancários como forma de reduzir as filas e o tempo de atendimento, além de orientá-los a procurarem o Procon em caso de abuso dos bancos.


O presidente do Sindicato, Carlos Pereira de Araújo, destacou que a campanha começa em Vitória, mas vai também chegar aos outros municípios da Grande Vitória e do interior do Estado. “Nós queremos unir forças com os clientes e usuários dos serviços bancários. Queremos a contratação de mais bancários, a ampliação do horário de atendimento ao público, com dois turnos, e as condições necessários para que possamos prestar um bom serviço”, afirmou.


Ele também disse que uma das metas da entidade é articular as Câmaras Municipais para que todas aprovem leis para reduzir as filas dos bancos, e que essa limitação siga uma determinada padronização quanto ao tempo máximo de espera.

Fonte: Sindicato do Espírito Santo

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COCA-COLA É DENUNCIADA DURANTE O FÓRUM DA ÁGUA

Por Daniel Cassol/Adital


Comunidades rurais da Índia, que convivem com engarrafadoras da Coca-Cola, já sofrem com a falta de água na região. Uma fábrica é capaz de captar até um milhão de litros de água por dia. Na Colômbia, desde 1990, oito trabalhadores de fábricas da multinacional que atuavam no Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação, já foram assassinados por grupos paramilitares, com a conivência da empresa. Na Turquia, 14 motoristas da empresa, atuantes nos sindicatos, já denunciaram a Coca-Cola por intimidação e tortura. Coca-Cola é isso aí.


Os casos estão relatados no documento “Coca-Cola – o informe alternativo”, divulgado na Cidade do México pela organização não-governamental War on Want (www.waronwant.org). É por isso que, na visão dos ativistas da entidade, boicotar os produtos da transnacional não tem a ver apenas com a defesa da água. “Quem decide não consumir mais produtos da Coca-Cola é porque chegou a um alto grau de consciência política”, afirma Gustavo Castro, do México.


No país em que o atual presidente da República já foi presidente nacional da Coca-Cola, a empresa está se apoderando dos recursos hídricos. De acordo com o relatório, a Coca-Cola está recebendo incentivos e isenções para privatizar os aqüíferos do Estado de Chiapas, rico em água. “No México, a Coca-Cola entrou na vida familiar, é parte da paisagem e da vida das pessoas”, relata Castro.


 


Contaminação e violência


O indiano Amit Srivastava, da organização India Resources (http://www.indiaresource.org), relata que, no seu país, a Coca-Cola arrasa comunidades onde possui fábricas engarrafadoras. A quantidade de água utilizada pela empresa é tanta que em algumas regiões o nível dos rios já baixou até 10 metros em cinco anos. “Quase toda a água que a Coca-Cola usa é para limpar máquinas e garrafas. Eles porém químicos na água e a contaminam, prejudicando os solos, as plantas e os aqüíferos”, afirma Srivastava, destacando que 70% da população indiana vive da agricultura e que as conseqüências da presença da Coca-Cola no país são trágicas para esse setor. “Beber Coca-Cola é como beber o sangue dos agricultores da Índia”, completa.


 


O dirigente sindical Javier Correa, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Industria de Alimentação da Colômbia, denuncia uma outra faceta da transnacional: a repressão aos sindicatos e a violência contra os trabalhadores. Desde 1990, são nove sindicalistas funcionários da empresa mortos por grupos paramilitares, 14 presos e 48 vítimas de ameaças de morte, como é o caso de Correa. “Existem boas relações entre a Coca-Cola e os paramilitares”, denuncia.


 


Boicote internacional


 


Todos os casos de violação de direitos humanos, de exploração pedratória dos recursos hídricos e contaminação da água, levaram a Coca-Cola a patrocinar o IV Fórum Mundial da Água, na opinião de Amit Srivastava. O evento, que termina no dia 22 na Cidade do México, seria um grande exercício de relações públicas da empresa. “É inacreditável que a Coca-Cola esteja patrocinando um fórum internacional sobre água, porque sua relação com a água é extremamente insustentável”, declara.


 


No contexto do Fórum Internacional em Defesa da Água, evento paralelo ao fórum oficial, a organização War on Want divulgou sua proposta de uma campanha internacional de boicote aos produtos da empresa. “A Coca Cola não entende de ética. Não há como negociar com essa empresa, porque a única coisa que ela entende é de dinheiro. Por isso precisamos boicotar os produtos da Coca Cola”, afirma Srivastava. De acordo com a organização, universidades estadunidenses, como a Universidade de Michigang e a Universidade de Nova York, já cancelaram seus contratos com a empresa.

Fonte: Revista Fórum

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A EQÜIDADE ENTRE GÊNEROS NO FME


Por Glauco Faria


Presente na mesa-redonda “Estado e Sociedade na Construção de Políticas Públicas”, a secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, falou à Fórum a respeito das possibilidades da educação participar do combate à discriminação e buscar a eqüidade entre gêneros.


Como a educação pode auxiliar no combate à discriminação não apenas para o futuro, mas também para o momento atual?


Se trabalharmos o conceito amplo de educação, que vai além da educação formal, temos que avaliar o papel das campanhas publicitárias, da propaganda e dos meios de comunicação. É preciso não reforçar os estereótipos e trabalhar a idéia de diversidade com imagens positivas, como elemento que agrega valor a tudo. Temos visto que isso funciona, como no caso recente de duas novelas que trataram a questão da violência contra as mulheres e o problema não só teve a visibilidade aumentada como o número de denúncias desse tipo de caso aumentou. Programas como esse são capazes de mobilizar segmentos da sociedade e tem um papel importante na educação.


Hoje a mulher já supera o homem em número de matrículas no ensino superior, mas a distância entre os dois no mercado de trabalho continua. O que fazer para reduzir essa diferença?


Estamos trabalhando em várias direções. Implantamos o Programa Pró-Eqüidade de Gênero, voltado a empresas públicas, que constitui um selo, uma espécie de ISO, para certificar a gestão que tem como uma das prioridades a questão da eqüidade. No segundo semestre de 2006, esse projeto deve ser ampliado também apara as empresas privadas.


Outro avanço importante foi a criação da Comissão Tripartite de Igualdade de Oportunidades, que envolve o Ministério do Trabalho e Emprego, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Organização Internacional de Trabalho. Além disso, existe a própria legislação trabalhista, que já tem diversos pontos que inibem a discriminação, mas é preciso ainda melhorar os instrumentos para se exigir o cumprimento da lei.


A escola hoje acaba funcionando como um elemento perpetuador da desigualdade?


Muitas vezes funciona sim, pois a escola não está isolada da sociedade e acaba reproduzindo preconceitos. Por isso, o governo está voltando seu foco também para a formação dos professores, buscando romper esse ciclo.

Fonte: Revista Fórum

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AFANÁSIO JAZADJI CONFIRMA QUE ALCKMIN CHEFIOU ESQUEMA DA NOSSA CAIXA

O deputado estadual Afanásio Jazadji (PFL), de São Paulo, acusou em entrevista a diversos veículos de comunicação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de negociar pessoalmente o esquema promovido pelo Palácio dos Bandeirantes para beneficiar, com verbas de publicidade da Nossa Caixa, emissoras de rádio, TV e revistas ligadas a integrantes da base aliada – dentre eles o próprio Jazadji, que é apresentador de televisão.


O favorecimento de aliados por meio da ingerência sobre os contratos de publicidade foi divulgado no último fim de semana pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a reportagem, o Palácio dos Bandeirantes pressionou a Nossa Caixa para direcionar os recursos para deputados da base aliada – dentre eles, o ex-ministro da Comunicação Luiz Carlos Mendonça de Barros, cotado para compor a equipe econômica de Alckmin.


Jazadji disse que a distribuição das verbas segue um “critério político” e serve como “cala-boca” para deputados que criticam ou se opõem ao governo.


“É um critério político. Quem não concorda com o governo de São Paulo é boicotado. O governador Geraldo Alckmin não pode fazer isso com verba pública. Recebi R$ 8 mil reais da Nossa Caixa e depois, quando passei a discordar das atitudes do governo, parei de receber”, disse Jazadji. O pefelista ressalta ainda que deixou de receber verbas quando passou a apoiar Rodrigo Garcia (PFL-SP) para a Presidência da Assembléia Legislativa.


Segundo o deputado, o Palácio dos Bandeirantes procura os comunicadores, como ele, para oferecer verbas publicitárias. “Nunca pedi pessoalmente, fui procurado. O governador disse que prestigiaria meu programa com publicidade. Mas, para mim, isso é um cala-boca e eu não aceito. Ou destina para todos os programas, ou pra nenhum”, afirmou.


 


Alckmin volta atrás e agora diz que pode investigar


No domingo, Alckmin afirmou que “não tem veracidade” a denúncia e negou que irá investigar o caso. Depois, foi obrigado a voltar atrás e prometeu que mandará apurar a denúncia.


“A investigação foi feita pela Nossa Caixa. Ela fez a sindicância, concluiu, encaminhou ao Ministério Público. Há 500 veículos de comunicação, e nós estamos falando de cinco casos. Agora, concluir que tenha ingerência política em 500 veículos?”, questionou o governador, que dia 31 renuncia ao cargo para concorrer à Presidência da República.


Porém, o Ministério Público do Estado de São Paulo já tomou a iniciativa de apurar o caso e, desde dezembro, está realizando as investigações em caráter preliminar, baseado em denúncia anônima.


A denúncia cita e-mails trocados entre pessoas envolvidas e indica que o assessor especial de Comunicação do governo, Roger Ferreira, teria coordenado o esquema. As alegadas pressões também constam de um dossiê de 42 páginas elaborado pelo ex-gerente de marketing do banco Jaime de Castro Júnior – demitido por justa causa em dezembro passado, por conta das acusações. Ele teria efetuado as denúncias porque outros funcionários supostamente foram protegidos pela auditoria interna realizada pela Nossa Caixa.


 


Assessor especial de Alckmin pede demissão


Contribuindo ainda mais para dar veracidade à denúncia, o assessor especial de comunicação Roger Ferreira pediu demissão ontem e Alckmin, que no dia anterior havia dito que não demitiria Ferreira, aceitou a demissão do assessor sem titubear.


Em sua carta ao governador, Ferreira segue o script comum de casos como este: afirma que nada fez durante sua função que “ferisse os ditames da ética e do espírito público” e ressaltou que não permitiria que sua “presença no governo seja pretexto para provocar desgastes injustificáveis à candidatura de Vossa Excelência à Presidência da República”.


A assessoria do Palácio também divulgou a resposta do governador à carta de Ferreira. No texto, Alckmin diz que aceita, “sensibilizado”, o pedido de exoneração, o que demonstraria a “lealdade e alto espírito público” do assessoria.


 


PT quer investigação


O PT quer que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem a denúncia. O líder do partido na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), defendeu a investigação do caso. “Não vamos fazer como o PSDB e o PFL que partem sempre do pressuposto da culpabilidade em relação ao nosso governo. A denúncia é grave mas é importante que seja investigada pelo Ministério Público e Polícia Federal”, disse ele, em entrevista ao Jornal do Brasil.


Para o deputado Luciano Zica (PT-SP), “é estranho que tão pouca coisa apareça das várias irregularidades ocorridas nos 12 anos de governo do PSDB em São Paulo“. “Temos propostas de instalação de quase 50 CPIs. Ele (Geraldo Alckmin) tem uma maioria folgada na Assembléia Legislativa, que pode ser construída com esse tipo de relação. É contraditório a imprensa dar uma dimensão tão grande ao que acontece no nosso governo, e fatos como esse do governo tucano demorarem a aparecer”, afirmou.


 


Da Redação, com informação de agências

Fonte: Fonte: Vermelho.org