COE Itaú cobra o banco por pressões e medidas disciplinares

Nesta segunda-feira, 19 de agosto, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com a direção do banco, para tratar de questões urgentes relacionadas às advertências aplicadas em decorrência da falta de certificação CPA entre os funcionários.

Durante o encontro, o Itaú informou que suspendeu as advertências emitidas até o momento e concederá um prazo até setembro para que os funcionários regularizem sua situação.

“Os funcionários já adoecem com as cobranças das metas e, agora, tem mais essa preocupação, que agrava seu emocional, além do custo de cada tentativa da prova, em plena campanha salarial.”, comentou José Renato Riscado, representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na COE Itaú, que participou virtualmente da reunião.

Atualmente, o banco conta com 33 mil funcionários, dos quais apenas 400 ainda não possuem a certificação. A COE cobrou que o prazo seja estendido, pois o período até setembro é insuficiente para a regularização, e reforçou que os bancários não podem ser desligados por justa causa devido à ausência da certificação. A resolução do Banco Central não exige que todos os bancários de agências sejam certificados, sendo a certificação obrigatória apenas para aqueles que atuam na distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários e derivados. Portanto, a prática do Itaú de demitir por justa causa nessa circunstância é contestada pela COE.

Além disso, a COE solicitou que os casos sejam avaliados individualmente, com especial atenção para os funcionários que, por motivos de saúde ou outras questões que comprometam a concentração, não conseguem ser aprovados na certificação. O banco se comprometeu a analisar a possibilidade de ampliação do prazo e de permitir a avaliação individual desses casos.

Outro ponto levantado pela COE foi a necessidade de uma reunião específica para debater as medidas disciplinares que o banco vem aplicando nos funcionários. Nos últimos tempos, muitos trabalhadores têm procurado os sindicatos relatando demissões por justa causa, e a COE busca entender como essas medidas estão sendo implementadas.

Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú, destacou a pressão crescente sobre os bancários: “Além das pressões para bater metas, do fechamento de agências, da terceirização, o bancário do Itaú agora vive o terror das medidas disciplinares, que, no caso da falta de certificação, gera demissão por justa causa. O banco precisa rever esta prática, que está ajudando a aumentar o número de bancários adoecidos nos locais de trabalho. Queremos respeito e valorização dos trabalhadores!”

Fonte: Contraf-CUT