Em meio à crise política e ao julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a proposta de Reforma Trabalhista avançou na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal na noite de terça-feira 6.
Mesmo com duras críticas feitas pela oposição e até por integrantes da base governista, o relatório favorável do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi aprovado em um placar apertado de 14 votos a 11.
Após oito horas, todas as mais de 200 emendas foram rejeitadas. Agora, o projeto segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde o relator será o mesmo. Depois, a matéria ainda terá de ser votada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) antes de ser apreciada pelo plenário.
O texto do relator foi aprovado na íntegra, sem mudanças em relação ao parecer aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. Ferraço fez apenas sugestões de vetos à Presidência da República em temas polêmicos.
Entre eles, a possibilidade de gestantes e lactantes trabalharem em locais insalubres, a criação do trabalho intermitente, a possibilidade de negociar o intervalo para refeições, a nomeação de representantes trabalhistas nas empresas e a revogação dos 15 minutos de descanso antes da mulher fazer hora extra.
Esta postura foi criticada pela oposição, que acusou o senador de abrir mão do direito do Senado de modificar e melhorar o projeto. O relator afirmou à imprensa que o projeto deve ser votado no plenário do Senado na última semana de junho. Até lá, disse Ferraço, o presidente Michel Temer deverá esclarecer quais pontos serão realmente vetados.
Amplamente apoiado pelas entidades empresariais, o texto aprovado possibilita a prevalência do “acordado sobre o legislado”, o fim da contribuição sindical obrigatória e da ajuda do sindicato na rescisão trabalhista, além da regulamentação do teletrabalho, com prestação de serviços fora das dependências do empregador.
A reforma trabalhista também permite a extinção do contrato de trabalho por acordo entre empregado e empregador, o que dará direito ao recebimento de metade do aviso prévio e da indenização sobre o saldo do FGTS; revoga o artigo da CLT que condiciona a validade da rescisão do contrato de trabalho à homologação do sindicato ou da autoridade do Ministério do Trabalho; e acaba com a obrigação de a empresa pagar ao trabalhador a chamada hora in itinere – o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, com transporte fornecido pelo empregador, entre outros pontos.
Veja como votaram os senadores da Comissão:
Votaram A FAVOR |
Votaram CONTRA |
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Garibaldi Alves | (PMDB-RN) | Kátia Abreu | (PMDB-TO) | |
Raimundo Lira | (PMDB-PB) | Roberto Requião | (PMDB-PR) | |
Simone Tebet | (PMDB-MS) | Gleisi Hoffmann | (PT-PR) | |
Valdir Raupp | (PMDB-RO) | Humberto Costa | (PT-PE) | |
Ricardo Ferraço | (PSDB-ES) | Jorge Viana | (PT-AC) | |
José Serra | (PSDB-SP) | José Pimentel | (PT-CE) | |
José Agripino | (DEM-RN) | Lindbergh Farias | (PT-RJ) | |
Fernando Bezerra Coelho | (PSB-PE) | Otto Alencar | (PSD-BA) | |
Wellington Fagundes | (PR-MT) | Lídice da Mata | (PSB-BA) | |
Armando Monteiro | (PTB-PE) | Vanessa Grazziotin | (PC do B-AM) | |
Ataídes Oliveira | (PSDB-TO) | Ângela Portela | (PDT-RR) | |
Sérgio Petecão | (PSD-AC) | |||
José Medeiros | (PSD-MT) | |||
Cidinho Santos | (PR-MT) |
Fonte: Carta Capital, Com informações da Agência Senado