Comando Nacional dos Bancários cobra aumento real e maior reajuste no VA e VR

Nesta quarta-feira, 3 de agosto, ocorreu mais uma reunião de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2022, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). As cláusulas econômicas estiveram em pauta.

Entre as principais demandas da categoria está a reposição da inflação, com de aumento real de 5%, além de aumento maior para os vales refeição e alimentação.

Nilton Damião Esperança, Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), participou da reunião.

“Os funcionários são responsáveis diretos pelos lucros dos bancos. Inclusive, colocando em risco suas vidas no período mais grave da pandemia, quando foram colocados como prestadores de serviços essenciais e, em momento algum, foram priorizados na aplicação da vacina. Sabemos que os bancos tem plena condição de atender nossas reivindicações mas, também, será necessária a mobilização da categoria, participando de todas as atividades encaminhadas pela Contraf-CUT, Comando Nacional, Sindicatos e Federações. Bora ganhar esse jogo!”, declarou Nilton Damião.

Segundo a representação dos bancos, existe dificuldade para aumento maior do VA e VR, porque o governo alega que os bancos usam os vales para aumentar a remuneração da categoria sem que haja possibilidade de tributar os valores.

Desde 2017, as despesas dos bancos com pessoal caíram 15% em termos reais. A remuneração média da categoria caiu 2% em termos reais desde 2014 o que, somada à redução do emprego, levou a uma redução na massa salarial do setor de 20% desde 2014. Se considerado um período maior, desde 2004, quando a categoria passou a obter ganhos reais nos salários, a remuneração média dos bancários cresceu 12%. No mesmo período, o lucro dos bancos aumentou 222%.

DADOS

Dados da Economática mostram que os bancos foram o setor econômico com maior lucro líquido entre as empresas de capital aberto (com exceção de Vale e Petrobrás) em 2021, com quase o dobro do resultado do segundo setor econômico mais lucrativo, que foi o de energia elétrica. Se consideradas 1.038 empresas de diferentes tamanhos, de 29 setores econômicos, os bancos ficam com a sexta maior rentabilidade setorial (de 18%) em 2019 (sem efeitos da pandemia portanto), quase empatados com o segundo colocado, que apresentou índice de 20%. No entanto, quando a análise leva em conta apenas empresas com tamanho similar ao dos bancos, a rentabilidade bancária passa para a primeira colocação.

Os bancos brasileiros têm concentrado o crédito nas linhas mais caras, com juros mais elevados. Nos últimos 12 meses, o rotativo do cartão de crédito subiu 56%, o crédito pessoal não consignado, 43%, e o cheque especial, 26%. As taxas de juros anualizadas destas linhas são de 355%, 83% e 133%, respectivamente.

IMPORTANTE

Na reunião desta quarta-feira foram tratadas todas as cláusulas econômicas da minuta, exceto as sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e sobre a remuneração variável, que estarão na pauta da próxima reunião, que será realizada na segunda-feira (8). (veja a íntegra da minuta de reivindicações).

*Com informações da Contraf-CUT