Comissão da Verdade ouve depoimentos de bancários perseguidos pela ditadura


O evento que aconteceu na noite de terça-feira no Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, chamado de Testemunho da Verdade, foi uma oportunidade de resgatar a história pouco conhecida. É do conhecimento de muitos que Aluísio Palhano, que presidiu a entidade e também a Contec antes do golpe, é um dos desaparecidos políticos do período, mas pouco se sabe do que sofreram outros dirigentes.

Os depoimentos foram ouvidos pelo presidente da Comissão Estadual da Verdade, Wadih Damous, pelo ex-senador Geraldo Candido e Alvaro Caldas, também integrantes da CEV. A Advogada Rosa Cardoso, que coordena quatro Grupos de Trabalho da Comissão Nacional da Verdade, inclusive o que trata de “Ditadura e repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical”, representou a CNV. “O GT sindical foi instalado tardiamente, mas está funcionando muito bem. E um fator importante é que, dos 11 temas que o grupo vai investigar, foi escolhido como prioritário o levantamento das entidades que sofreram violações e intervenções”, relata Rosa Cardoso. Wadih Damous destaca que as invasões a entidades sindicais são pouco documentadas. “Estamos aqui para dar voz àqueles que foram calados e perseguidos, que perderam seus mandatos. Precisamos contribuir para recontar a história, porque os livros não contam que houve perseguição a sindicalistas e invasão a sindicatos”, destacou o advogado.

Os depoentes foram Auri Gomes, Samuel Maleval, Jorge Couto e Edmilson Martins de Oliveira. Dos três, só Couto não foi preso. Dos que foram aprisionados, só Edmilson não sofreu tortura física. Alguns foram levados pela polícia de dentro do banco. Outros, foram tirados à força da sede do sindicato. Couto foi eleito e cassado antes da posse. Auri foi transferido à revelia, para impedir sua militância. Maleval foi preso três vezes. Edmilson ouviu o Ministro do Trabalho tentar convencê-lo a aliar-se ao regime militar e entregar o sindicato.


 


Wadih Damous destacou, já na abertura que as invasões a entidades sindicais são pouco documentadas. “Estamos aqui para dar voz àqueles que foram calados e perseguidos, que perderam seus mandatos. Precisamos contribuir para recontar a história, porque os livros não contam que houve perseguição a sindicalistas e invasão a sindicatos”, destacou o advogado. Os depoimentos de Auri Gomes, Samuel Maleval, Jorge Couto e Edmilson Martins de Oliveira deixaram bem claro que há muito o que contar.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES