Lutar pelo fim das metas, por melhores condições de trabalho, por respeito à saúde dos trabalhadores, em defesa do emprego e por mais contratações foram os eixos aprovados na Conferência Estadual dos Bancários e das Bancárias do Espírito Santo, que terminou na tarde deste domingo, 02. Foram três dias de intensos debates, integração e de construção da luta da categoria bancária.
“Quero parabenizar a organização da Conferência, que esteve a altura de sua importância, assim como a presença de diversos movimentos que engrandeceram o evento. É uma honra para nossa Federação, ter um Sindicato tão forte em nossa base. Agora é levar as resoluções que foram tiradas no Espírito Santo, para a Conferência Interestadual que irá ocorrer em Macaé, no próximo sábado, dia 8. E, posteriormente, para a Conferência Nacional. Juntos somos mais fortes.”, declarou Nilton Damião Esperança, Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), que esteve presente ao evento.
Na campanha nacional dos bancários deste ano, haverá apenas mesas de negociação específicas dos bancos e Grupos de Trabalho (GT’s), uma vez que a Convenção Coletiva de Trabalho e os acordos específicos vigentes são válidos até 01 de setembro de 2024.
“Já temos as cláusulas econômicas definidas, mas continuaremos com os debates nos GT’s. Temos uma dor coletiva que vem se aprofundando. Os bancários e as bancárias estão adoecidos. Temos que discutir um novo arcabouço do ponto de vista da contratação. Por isso, o fim das metas e mais saúde são a centralidade da negociação que vamos defender na Conferência Nacional”, enfatizou o diretor do Sindibancários/ES e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Pereira de Araújo (Carlão).
Eixos políticos
A conjuntura política e econômica também foi tema de debate durante os três dias da conferência. Ao final, os bancários capixabas aprovaram como eixos políticos da luta da categoria: derrotar o projeto fascista da extrema direita no Brasil, defender de forma intransigente mais recursos para as políticas públicas, a revogação do novo ensino médio, o fortalecimento do SUS, a redução da taxa de juros, o fim da autonomia do Banco Central e a estatização do Sistema Financeiro.
“Enquanto classe trabalhadora, temos o desafio de manter nossa luta histórica. A extrema direita está muito organizada. Estamos disputando, em uma perspectiva a longo prazo, com 1% da população que detém quase toda a riqueza do país. Temos, portanto, que fortalecer nossa luta, ampliar nossa mobilização para construir um mundo novo na perspectiva da civilização, da igualdade de direitos e da inclusão social”, aponta Carlão.
O diretor do Sindicato falou ainda sobre as pautas urgentes para a classe trabalhadora. “Temos que disputar o orçamento do governo federal para garantir mais investimentos nas políticas públicas. Os setores conservadores da sociedade, os banqueiros, as grandes empresas estão nessa disputa para enriquecerem cada vez mais. É preciso pressionar e exigir que o governo eleito garanta um orçamento voltado totalmente para atender as necessidades da população brasileira. A estatização do sistema financeiro, nesse sentido, é também urgente. É preciso pôr fim ao esquema de extorsão do povo brasileiro representado na cobrança de altos juros”, destaca Carlão.
Moções e resoluções
Ao final da Conferência, os bancários e as bancárias também aprovaram uma moção de repúdio ao governador do Estado, Renato Casagrande, que não cumpriu nenhum dos compromissos firmados com o Sindicato, por meio do Comitê em Defesa do Banestes Público e Estadual, durante o segundo turno das eleições de 2022.
Outra moção aprovada foi de repúdio à coordenação do Comando Nacional dos Bancários que não acatou o recurso da entidade contra a extinção da realização dos congressos específicos na Conferência Nacional da categoria bancária.
Também foram aprovadas as resoluções por saúde e condições de trabalho, em defesa dos bancos públicos federais e do Banestes público e estadual.
Confira os eixos aprovados:
– Pela revogação da reforma trabalhista;
– Pela revogação da reforma da Previdência;
– Pela revogação da terceirização;
– Auditoria da Dívida Pública Já;
– Pelo fim da discriminação e violência racial;
– Pelo fim da violência contra as mulheres e população LGBTQIA+;
– Estatização do sistema financeiro;
– Ratificação da Convenção 158 da OIT;
– Defesa dos serviços públicos, do SUS e da Educação pública;
– Redução das taxas de juros;
– Pelo fim da autonomia do Banco Central
– Fim das metas;
– Defesa do emprego bancário;
– Saúde do trabalhador;
– Segurança bancária;
– Defesa dos bancos públicos.
*com informações do Sindicato dos Bancários/ES