O site especial do II Censo da Diversidade está no ar desde 17 de março. A pesquisa estará disponível para bancários e bancárias de todo o país até o dia 25 de abril e é importante que o índice de participação seja elevado. No I Censo, realizado em 2008, quase metade da categoria respondeu o questionário. Para esta edição, é necessário que a participação seja bem maior, para garantir que os resultados mostrem um retrato fiel dos trabalhadores e trabalhadoras do sistema financeiro no Brasil.
Nos primeiros 15 dias o índice de participação foi baixo: cerca de 6 % da categoria preencheu o questionário. “É preciso que os sindicalistas estimulem a categoria a participar. O compromisso tem que ser igual para todos, independente do tamanho ou do número de bancários da base. Vamos percorrer os locais de trabalho, conversar com os trabalhadores e trabalhadoras, principalmente gestores, demonstrar a importância destes dados para a luta da categoria”, exorta Iracini da Veiga, diretora para Questões da Mulher na Fetraf-RJ/ES.
Nesta segunda edição do censo, 18 bancos participam. São sete públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banestes, Banrisul, BNB e BRB) e onze privados (Bradesco, Citibank, Fibra, HSBC, BIC Banco, Itaú Unibanco, Mercantil, Santander, Safra, Votorantim e Topázio). O banco Toyota, que havia concordado em participar, desistiu pouco antes de começar a etapa de coleta de dados. O Banpará não aderiu e o BNDES, que não é filiado à Febraban, não pode participar.
Rápido e sigiloso
O questionário é simples e pode ser respondido em menos de dez minutos. A participação é ampla, abrangendo trabalhadores e trabalhadoras que estejam afastados ou licenciados. “O hotsite pode ser acessado pela internet, de qualquer lugar, mas deve ser respondido, de preferência, dentro do local de trabalho. Os gestores têm que ser orientados a proporcionar a oportunidade para que seus subordinados respondam à pesquisa, com a privacidade necessária para garantir o sigilo”, orienta Iracini.
O acesso ao questionário só pode ser feito por bancários, já que é preciso informar CPF, data de nascimento e matrícula no banco. Mas o sigilo das respostas é garantido porque, uma vez liberado o acesso, os dados transmitidos são criptografados. Esta foi uma das condições que o movimento sindical exigiu da Febraban para oferecer segurança à categoria. Como não há risco de ninguém ter segredos revelados ou sofrer represálias em função de suas respostas, os dados coletados serão mais confiáveis.
Para todos
Ao contrário do primeiro censo, o deste ano traz uma pergunta que poderá fornecer um dado pouco conhecido: o número de homossexuais na categoria. A inclusão da pergunta sobre orientação sexual, que não ocorreu em 2008, permitirá que se trace um raio-x da presença de LGBTs nos bancos e poderá contribuir para a ampliação das políticas voltadas para este público.
E não só os LGBTs podem ser beneficiados. “Acreditamos que os resultados da pesquisa vão confirmar aquilo que o movimento sindical já sabe. Mas, quando chegamos nas mesas de negociação colocando reivindicações com base na desigualdade de oportunidades que observamos nos locais de trabalho, os banqueiros negam, alegando que os dados que apresentamos não são verdadeiros. As informações do censo vão nos dar mais poder de argumentação”, pondera Iracini da Veiga.
Mas não são apenas as questões relacionadas à diversidade que poderão se beneficiar dos resultados. “Conseguimos que fosse incluída uma pergunta que demonstra quanto tempo cada bancário ou bancária leva para receber promoções. Isso vai mostrar a necessidade de criação de Planos de Cargos e Salários nos bancos privados”, destaca a sindicalista.
Resistência
A aplicação dos questionários é a segunda de três etapas. A primeira, de preparação, durou todo o ano de 2013. “A realização do censo é uma conquista da Campanha Nacional de 2012 e, durante todo o ano passado, tivemos reuniões para elaborar o questionário. Embora a pesquisa seja aplicada pela Febraban, toda a construção foi feita em conjunto com os representantes dos trabalhadores. A terceira etapa será a tabulação dos resultados, que devem ser apresentados em fins de julho.
A inclusão de algumas perguntas exigiu muita pressão por parte dos sindicalistas. “Conseguimos incluir alguns temas, outros não. Mas avaliamos que o questionário deste ano é melhor que aquele aplicado em 2008”, avalia Iracini. Segundo a sindicalista, um dos grandes avanços é a distinção entre bancos públicos e bancos privados. Segundo dados oficiais que não fazem este recorte, a contratação de mulheres e afrodescendentes é razoável, bem como sua remuneração. Mas estes dados são distorcidos, porque são resultado do aumento significativo de contratações pelo BB e pela Caixa. “Os bancos não queriam a discussão, dizendo que isso não é necessário porque a mesa de negociação é única. Mas insistimos. A mesa é única, mas a forma de acesso não é a mesma. Nos bancos públicos, basta ser aprovado em concurso para ser contatado. Nos privados a dinâmica é bem diferente”, ressalta a dirigente.
Site para responder ao II Censo da Diversidade:
www.febraban-diversidade.com.br
Folder explicativo produzido pela Contraf-CUT:
http://www.contrafcut.org.br/download/Arquivo/14314163323.pdf
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES