COPOM: os trabalhadores têm de ser ouvidos

Vagner Freitas*



O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou nesta terça-feira (25) a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a SELIC. A decisão será divulgada nesta quarta (26).



Segundo os jornais, o mercado financeiro prevê uma taxa de 11,25 % este ano e de 12 % , em 2015. No ano passado, depois de centenas de artigos de analistas ligados ao mercado financeiro prevendo o caos econômico, o Copom elevou a SELIC em 2,75 % – em janeiro, a taxa subiu 0,5 % e ficou em 10,5 % .



Para a CUT, a política de elevação das taxas de juros, além de não contribuir para controlar os índices inflacionários, prejudica o desenvolvimento sustentável do País, gerador de emprego e renda, reduz o mercado interno, encarece o crédito e serve apenas aos interesses do capital especulativo.



Só o sistema financeiro ganha com isso. Quanto maior o spread, ou seja, a diferença entre a taxa básica de juros (10,5 % ) e o índice de inflação (5,9 % ), maior o lucro dos especuladores. E quem mais ganha são os investidores externos porque, em seus países, o spread é baixo.



E quem mais perde são os/as trabalhadores/as, em especial os/as que ganham menos. Isso porque, junto com os juros sobem todos os preços das mercadorias e serviços. Com isso, cai violentamente o poder de compra da classe trabalhadora.



A CUT não quer inflação nem juros altos. A CUT quer que os/as trabalhadores/as tenham poder aquisitivo para investir na qualidade de vida, moradia, lazer, educação.



É por tudo isso que a CUT entende que o Copom não pode ser formado apenas por economistas do Ministério da Fazenda e outras instâncias do governo. Defendemos a participação da sociedade civil organizada – trabalhadores/as e empresários/as, inclusive do setor produtivo – para que o Copom não tome decisões influenciadas apenas pelo mercado financeiro e, sim, por toda a sociedade brasileira.


 


* Vagner Freitas é bancário e presidente nacional da CUT

Fonte: Vagner Freitas