A experiência de Jô Portilho no curso na Alemanha não foi fácil. Ela faz questão de alertar as pessoas que pretendem se inscrever no curso de mestrado para as dificuldades das aulas e trabalhos a serem realizados em inglês e o alto nível de exigência das universidades alemãs. O curso é composto por dois semestres de aulas intercalados por cinco semanas de estágio, que acontece em diferentes países. O estágio de Jô foi na CIOSL – Confederacao Internacional de Organizacoes Sindicais Livres, onde ela tambem pôde acompanhar todas as reuniões do Conselho de Representantes da OIT, sempre orientada por Anna Biondi, diretora responsável pela CIOSL Genebra. Nesta oportunidade Jô pode constatar que, embora os padrões laborais defendidos pela OIT sejam muito bons, acabam não sendo implementados de fato por falta de fiscalização dos países signatários das convenções.
Os trabalhos realizados durante o curso têm muito a acrescentar aos dirigentes sindicais, tanto no que diz respeito ao conteúdo, quanto sobre a forma de expressá-los. Jô lembra que o formato de uma das disciplinas (com dois textos sendo apresentados pelos alunos a cada aula, em 5 ou 10 minutos) é muito útil no aprendizado da objetividade. O aluno tem apenas aqueles minutos e tem que saber focar no essencial, deixando de lado todas as informações secundárias do texto, o que é bastante útil para evitar textos e intervenções extremamente longos, mas que não chegam nunca ao objetivo principal.
Todas as matérias do curso contam com uma parte visual importante. Além dos textos (que, segundo Jô, são muitos!), tem filmes e visitas a fábricas, sindicatos e entidades ligadas a governança da globalização, como a sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt, para ver na prática o que está sendo abordado na sala de aula. O uso da internet e de programas como o Power Point é fundamental para as apresentações de textos e seminários, normalmente frequentados também por outros professores, mestrandos e doutorandos da Universdade.
A tese de mestrado defendida por Jô Portilho foi sobre a formação sindical no Brasil. Seu objetivo era avaliar se os dirigentes vêm sendo preparados para enfrentar os novos desafios impostos pela globalização. O tema é de grande interesse principalmente para os bancários, já que a abertura dos fluxos do sistema financeiro mundial é uma das principais determinantes do atual processo de globalização.
Jo Portilho também aproveitou a oportunidade para estender por mais 3 meses sua experiência sindical na Alemanha (com autorização da executiva de seu sindicato), realizando um estágio extra de dois meses com o Dr. Jürgen Eckl, especialista em Ameéica Latina, no Departamento de Relações Internacionais da DGB (única central sindical alemã) e mais cinco semanas na DGB Bildungswerk (Centro de Formação Sindical e Projetos de Cooperação Internacional – leia mais em www.nordsuednetz.de), desta vez atendendo a um convite de Manfred Brinkmann, coordenador internacional da Rede Norte-Sul, responsável pelo financiamento de diversos projetos da CUT no Brasil, entre eles “Juventude, Sindicalismo e Inclusão Social”, “Projeto Amazônia” e “Projeto de Saúde do Trabalhador”, com o INST-CUT.
Na avaliação da sindicalista, a experiência foi extraordinária e o fato de trabalhar com companheiros do movimento sindical internacional foi muito mais do que um excelente aprendizado, foi uma grande honra!
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