A quinta rodada de negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban tratou de pendencias das outras rodadas. Foram discutidas as propostas dos banqueiros para as reivindicações dos trabalhadores sobre saúde e condições de trabalho, segurança bancária, remuneração e emprego e igualdade de oportunidades. As cláusulas econômicas como índice, PLR e tíquetes ficaram de fora e a proposta dos patrões para estes itens será apresentada no próximo dia 19, sexta-feira.
As propostas dos banqueiros foram as seguintes:
Os patrões concordaram em reembolsar os cursos preparatórios para as certificações CPA 10 e CPA 20, desde que a obtenção do certificado seja uma exigência do banco, e somente para os bancários que passarem no exame.
Uma proposta de redação para a cláusula para proibir a cobrança de metas por SMS, aplicativos de mensagens e redes sociais será apresentada na reunião desta sexta-feira, 19.
Ficou acordado que, quando for comprovado que uma bancária está grávida durante o cumprimento do aviso prévio, a readmissão será imediata, eliminando a necessidade de processo judicial.
Os bancos concordaram em mudar o procedimento para solicitação de benefícios a parceiros homoafetivos. A partir de agora, o bancário deverá encaminhar o pedido diretamente ao RH, para evitar o constrangimento de apresenta-lo ao seu gestor. Ficou acordado que será produzido um material informativo para divulgar a mudança e estimular os trabalhadores a usufruírem desta conquista.
Serão realizados seminários periódicos sobre tecnologia bancária, de modo que os trabalhadores fiquem atualizados quanto às novidades do setor.
No quesito Segurança Bancária, a Fenaban propôs implantar o projeto-piloto realizado na Grande Recife para mais dois estados, um escolhido pela Contraf-CUT e outro pelos bancos. Mas o Comando Nacional ressaltou que nem todos os itens previstos no projeto chegaram a ser implementados em Pernambuco. “O projeto deve ser cumprido integralmente em Recife antes de ser expandido”, argumenta Nilton Damião Esperança, representante da Fetraf-RJ/ES no Comando. Os sindicalistas reivindicam, como alternativa, que o projeto para os outros estados seja diferente e implantado na íntegra.
Os banqueiros concordaram que os representantes dos trabalhadores acompanhem o programa de reabilitação dos lesionados no retorno ao trabalho. Também houve acordo para o pagamento do adiantamento do 13º da complementação salarial dos afastados. Mas os patrões não concordaram em conceder a cesta alimentação aos trabalhadores que estiverem licenciados.
O cumprimento da legislação que determina que haja pausas de dez minutos a cada 50 trabalhados, importantes para evitar o surgimento ou agravamento das LER/DORT, foi negado. Os banqueiros argumentam que o tipo de tecnologia atualmente empregada no sistema financeiro teria reduzido o esforço contínuo. Quanto aos intervalos para os trabalhadores do autoatendimento, a Fenaban ficou de discutir com os bancos filiados a implantação de um sistema de revezamento, para que os trabalhadores não fiquem muitas horas seguidas desempenhando esta tarefa.
Mas houve também negativas em questões muito importantes. Quanto à manutenção do nível de emprego, a Fenaban recusou terminantemente a inclusão de medidas com este objetivo na CCT. Os banqueiros também se recusam a admitir que haja diferença salarial entre homens e mulheres. A relação de causa e efeito entre as metas e o adoecimento dos bancários também rechaçada pelos patrões.
Apesar de ter havido alguns avanços, a avaliação geral é de que o saldo destas cinco rodadas ficou bem abaixo das necessidades dos trabalhadores. “Recebemos as propostas com insatisfação, uma vez que não houve avanços em itens importantes como segurança, metas, demissões e rotatividade, emprego, isonomia, saúde e igualdade de oportunidades”, avaliou Nilton Damião Esperança. Para o dirigente, os sindicatos devem intensificar o contato com a base para debater com os trabalhadores sobre os rumos da Campanha Nacional “É urgente que discutamos estes resultados com os bancários. Agora é a hora de manter nossa mobilização”, conclui o sindicalista.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES