Em oficina sobre trabalho decente na Copa, CUT-RJ critica falta de compromisso de empresários e cobra participação dos governos

Dirigente cutista também repudiou toda e qualquer tentativa de repressão a greves e manifestações durante o evento


Dirigentes da CUT-RJ e de sindicatos cutistas participaram de uma oficina sobre trabalho decente na Copa organizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na última quinta-feira no Rio. O principal objetivo do evento era a assinatura de um compromisso entre representantes dos governos, trabalhadores, empregadores e sociedade civil de promoção do trabalho decente durante a realização da Copa do Mundo. No entanto, o representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) se recusou a assinar alegando ter que consultar seus pares.


O secretário de Relações de Trabalho da CUT-RJ, Marcello Azevedo, criticou a falta de compromisso dos empresários, que, segundo ele, já vem desde a realização da 1ª Conferência Nacional de Trabalho Decente, quando foram aprovadas propostas para melhorar as condições de trabalho no Brasil, a maioria delas sem o apoio dos patrões. O dirigente cutista também cobrou uma maior participação dos governos nas discussões e decisões sobre o assunto e repudiou toda e qualquer tentativa de reprimir greves e manifestações durante a Copa.


“Queremos uma negociação séria e não um faz de conta. Os governos precisam participar de verdade, não vamos ficar apenas referendando propostas sem garantia de que sejam cumpridas”, protestou o dirigente cutista Marcello Azevedo. Na próxima segunda-feira (10) grupos de trabalho darão continuidade às discussões da oficina e um novo encontro entre os representantes de todos os segmentos já está marcado para o próximo dia 17.


Centrais unidas pelo trabalho decente


No mesmo dia da realização da oficina, dirigentes de todas as centrais sindicais se reuniram e aprovaram uma nota conjunta sobre as relações de trabalho não apenas na Copa mas em todos os grandes eventos. No documento, as entidades sindicais repudiam a flexibilização de direitos, exploração de trabalho voluntário, precarização e terceirização, falta de avanços nas negociações e práticas antissindicais.


“As Centrais Sindicais repudiam, ainda, toda e qualquer tentativa do Poder Público (Municipal, Estadual e Federal) de criminalização de movimentos sindicais e sociais em suas reivindicações, tais como o PLS 728/2011 (chamado “AI 5 da Copa”) e o Manual do Ministério da Defesa que autoriza as forças armadas a criminalizar a luta social no Brasil, tendo em vista caracterizarem ameaça à democracia e ao livre direito de expressão”, diz a nota assinada pela CUT, CTB, NCST, UGT, CGTB e Força Sindical.

Fonte: CUT-RJ