Acontece no próximo dia 26, segunda-feira, um debate sobre os 20 anos da privatização do Banerj. A venda do Banerj para o Banco Itaú foi classificada pelo jornalista Aloysio Biondi (1936-2000), em seu livro “O Brasil privatizado”, como o maior escândalo da história da República.
O Banerj foi vendido em 1997 por R$311 milhões, pagos com moedas podres – títulos públicos de baixo valor de mercado, pouco mais de 50% do valor de face. Quer dizer, o banco oficial do estado foi entregue por cerca de R$160 milhões, em termos nominais. O Itaú o recebeu com R$80 milhões em caixa, fechando o negócio com o desembolso de mais ou menos R$80 milhões.
Só para se ter uma ideia do que foi o pacote de bondades do então governador Marcelo Alencar (PSDB) e seus filhos Marco Antônio e Marco Aurélio, em 2011, o governo do estado vendeu por mais de R$2 bilhões o que restou do Banerj em liquidação. O maior atrativo do negócio eram as contas do executivo estadual – a folha de pagamento, as contas dos servidores, das empresas públicas e dos fornecedores, sem considerar aí as contas do poder judiciário e do legislativo.
Em 1997, os privatistas argumentavam que era fundamental reduzir o tamanho do Estado para investir em educação, saúde e segurança pública. Hoje, 20 anos depois, o que se vê são esses setores completamente destroçados. Apesar das fracassadas iniciativas do governo Fernando Henrique Cardoso, os neoliberais voltam como o mesmo discurso, desta vez, atacando a Caixa, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste e outras instituições financeiras públicas, que ainda existem e resistem.
“Com esse debate “20 anos sem Banerj”, o Sindicato propõe uma reflexão sobre o futuro do nosso país, colocando em pauta os prejuízos que o neoliberalismo impôs à sociedade brasileira e lutar contra sua volta ao poder”, disse o diretor de Imprensa do Seeb-Rio Ronald Carvalhosa.
O encontro será dia 26, a partir das 15h, no auditório do Seeb-Rio (Av. Presidente Vargas, 502 – 21º andar).
Fonte: Seeb-Rio