O VIII Encontro Nacional dos Antigos Funcionários do Banerj aconteceu no último sábado, 03, e definiu a realização de um ato público em frente ao Palácio Guanabara. O objetivo é pressionar o governador Sérgio Cabral a sancionar sem vetos a lei que permitirá o retorno dos antigos participantes à Previ-Banerj, o fundo de pensão do banco extinto.
A lei ainda é projeto. O PL 3213/2010, de autoria do deputado estadual Gilberto Palmares (PT), e co-autoria dos deputados Paulo Ramos (PDT) e Edson Albertassi (PMDB), ainda está tramitando na Alerj. “O objetivo é pressionar pela inclusão do projeto na pauta de votação se tivermos o compromisso de que o governador o sancionará integralmente”, informa Ronald Carvalhosa, funcionário do extinto Banerj e diretor do Seeb-Rio. “A mobilização é importante para pressionar o governador Sérgio Cabral. A luta é justa porque os trabalhadores que sacaram sua reserva de poupança o fizeram sob intenso constrangimento e pressão. E não há motivo para o governador vetar, já que a lei não vai trazer prejuízos ao estado. O texto do PL prevê que os participantes que sacaram sua reserva só poderão voltar se fizerem um aporte correspondente ao valor sacado, com as correções”, destaca Gilberto Palmares, que esteve presente ao evento dos banerjianos.
O ato público foi marcado para o dia 21 de agosto, às 11 horas, em frente ao Palácio. O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro divulgará mais detalhes sobre a manifestação através de seus meios de comunicação. “A hora é agora. Temos que aproveitar o clima de mobilização e colocar nossa pauta nas ruas também. Ano que vem teremos eleições e fica mais difícil pressionar os parlamentares. O projeto tem que ser posto em votação ainda em 2013 e precisamos ter a garantia de que Cabral não o vetará”, alerta Carvalhosa.
Além de reivindicar o não veto ao PL 3213 pelo governador do estado, a manifestação do dia 21 também vai protestar contra o PL 4330, conhecido como PL da terceirização, que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara Federal. “Este projeto de lei que escancara a terceirização vai ser um duro golpe na organização sindical. Sem sindicatos fortes para defender seus interesses, os trabalhadores ficam vulneráveis. E isso afeta a todos, independente da categoria”, esclarece Vera Luiza Xavier, ex-banerjiana e diretora do Seeb-Rio.
Outros temas
Outro ponto que rendeu muitos debates foi a atual situação da Caberj. Com a mudança da operadora de plano de saúde pelo Itaú, a caixa de assistência do extingo Banerj enfrenta uma crise. O crescente aumento da idade média dos associados traz problemas de custeio do plano que precisam ser enfrentados o quanto antes, para garantir que a Caberj continue viável. “Hoje, 72 % dos associados têm acima de 60 anos”, alertou o presidente do Conselho Deliberativo da Caberj, Antônio Ferreira. “A Caberj é um problema de todos e devemos fazer um esforço conjunto para mantê-la funcionando para garantir que tenhamos o atendimento de qualidade que sempre tivemos”, defende Ronald Carvalhosa.
Foram também prestados esclarecimentos sobre os processos que o Seeb-Rio ajuizou em nome dos banerjianos. Ronald Carvalhosa falou sobre o andamento das ações e respondeu às dúvidas dos presentes.
Cerca de 300 empregados e aposentados do antigo banco do estado do Rio de Janeiro estiveram presentes ao encontro. Os sindicatos de Angra dos Reis e da Baixada Fluminense enviaram representantes. A Fetraf-RJ/ES foi representada pelo presidente, Fabiano Júnior, e pela diretora Leonice Pereira. “O estado do Rio de Janeiro perdeu muito com a privatização do Banerj e os trabalhadores receberam um tratamento inaceitável por parte do Itaú. Os empregados do banco lutaram muito para impedir que a venda fosse levada a cabo, mas os neoliberais se empenharam e fizeram do Banerj a ponta de lança das privatizações”, lembra Fabiano. Mas o dirigente ressalta que os sindicatos da base da entidade sempre mostraram muita força e que esta mobilização é fundamental para que sejam garantidos os direitos dos funcionários. “A luta dos banerjianos sempre teve o apoio forte e incondicional da Fetraf-RJ/ES e de todos os filiados. Isso não vai mudar”, conclui o sindicalista.
Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES