Com ressalvas, os bancários e bancárias capixabas aprovaram a proposta da Fenaban que garante reajuste de 8,5 % (aumento real de 2,02 % ) nos salários e demais verbas salariais, 9 % (2,49 % acima da inflação) no piso e 12,2 % no tíquete-refeição. Com a decisão, a greve dos bancários é encerrada após 5 dias de paralisação, com 251 agências fechadas em todo o Estado. A assembleia foi realizada na noite desta segunda-feira, 06, no Centro Sindical dos Bancários/ES.
A crítica principal gira em torno da ausência de propostas que atendam as cláusulas não econômicas da categoria, como combate às metas e ao assédio moral e contratação de mais empregados.
“Nós temos uma pauta histórica e nossa greve não é só por salário, mas por dignidade, saúde, condições de trabalho e por um serviço bancário de qualidade. Existe uma carência enorme de bancários para a tender a população, seja no setor público, seja no setor privado, e isso precariza o atendimento, sobrecarrega e adoece a categoria. Tivemos avanços nas cláusulas econômicas, mas não nas cláusulas sociais, como saúde e condições de trabalho. Por isso, a proposta da Fenaban não atende aos anseios dos trabalhadores bancários”, diz Carlos Pereira de Araújo (Carlão), coordenador geral do Sindicato/ES, que representa a Intersindical no Comando Nacional dos Bancários.
Apesar de avaliar o Acordo como insuficiente, Carlão destaca que a categoria sai vitoriosa da Campanha Nacional. “Fizemos uma greve forte, e as conquistas só vieram por conta da participação dos bancários. Parabenizamos a todos os bancários que aderiram à greve e construíram os piquetes. Nossa luta não termina aqui e temos que continuar mobilizados nos locais de trabalho. Agradecemos também a todos os clientes que apoiaram a pauta da categoria”, ressalta.
Caixa e Banco do Brasil
Nos bancos públicos federais, as questões centrais da pauta da categoria também não foram aceitas, como isonomia, fim da lateralidade e contratação de empregados. Além disso, houve por parte do governo federal um tratamento diferenciado para as negociações de BB e Caixa, não garantindo para os bancários dos dois bancos as mesmas conquistas econômicas.
Mesmo com críticas, os bancários aprovaram as propostas específicas do Banco do Brasil e Caixa, após debate acirrado. Na Caixa, o fim da greve foi aprovado por uma diferença de apenas 6 votos — 91 bancários optaram pela aprovação da proposta da CEF, e 85 pela rejeição.
“A proposta global da Caixa ficou muito aquém da expectativas e das necessidades apontadas pela categoria. Nas cláusulas econômicas a Caixa atende em parte aos anseios dos empregados, mas ficamos novamente sem a isonomia, sem resolver os problemas das Reret´s, dos tesoureiro, e os problemas gerais de falta de condições de trabalho e excesso de horas extras. A contratação de 2 mil empregados nos próximos 2 anos, como determina o Acordo, é inexpressiva diante da carência de funcionários e da expansão da rede de agências”, diz Lizandre Borges, diretora do Sindicato e bancária da Caixa.
Entre os bancários do BB, foram 68 empregados foram favoráveis à proposta do banco, e 33 contrários. “A proposta do BB é insuficiente porque contempla apenas parte dos empregados e não resolve os principais problemas, como lateralidade e isonomia. Nas cláusulas econômicas, o banco se comprometeu a cumprir a Fenaban, o que é o mínimo a ser garantido, já que faz parte da mesa unificada. O avanços relacionados à substituição dos gerentes de PSO´s, feitas pelos caixas e em agências com apenas uma gerência média, apesar de importantes, estão longe de contemplar a todos os bancários”, avalia Derik Bezerra, bancário do BB e diretor do Sindicato/ES.
Banestes
Os bancários do Banestes aprovaram por ampla maioria a proposta de Acordo feita pelo banco. A proposta foi apresentada em rodada de negociação específica realizada na tarde desta segunda-feira, 06.
Para Jessé Alvarenga, diretor do Sindicato que integra a comissão de negociação dos empregados, foram obtidos avanços em pontos importantes para a categoria. “Tivemos conquistas nas cláusulas de saúde e condições de trabalho e no aumento da contribuição do banco para a Fundação, uma pauta de anos da categoria. Essas conquistas são resultado da luta dos banestianos, que se envolveram e construíram a Campanha Nacional dos Bancários”, diz Jessé.
O que prevê a proposta do Banestes:
- Reajuste de acordo com a Fenaban;
- Reajuste nos tíquetes aimentação e refeição de 12,16 % (R$ 1.040,58);
- Extensão dos dois tíquetes para bancários afastados por doenças por até 24 meses;
- Liberação dos bancários ou bancárias para acompanhamento de filho menor de 18 anos hospitalizado por até 30 dias;
- Pagamento da PLR conforme a regra da Fenaban, mais PLR adicional sobre o lucro excedente do orçamento, distribuído 25 % de forma linear, e o restante proporcionalmente ao salário do empregado;
- Compensação dos dias parados – meia hora por dia, totalizando seis horas e meia;
- Aumento na contribuição do Banco na Fundação.
Fonte: Seeb-ES