Reunidos no Congresso Estadual da categoria, bancários e bancárias da Caixa discutiram nesta quinta-feira, 28, a pauta de reivindicações específica para a Campanha Salarial 2015. Realizado no Centro de Treinamento Dom João Batista, em Vitória, o Congresso também foi espaço de debate sobre as estratégias de defesa para a manutenção da Caixa 100 % pública e para a eleição dos delegados para a 31 Conferência Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de junho, em São Paulo.
Na parte da manhã, o painel “O papel social da Caixa. Por um banco 100 % público” abriu as atividades do Congresso. A criação dos correspondentes bancários, o não pagamento dos bancários em substituição de confiança e a manutenção do alto déficit de funcionários são algumas das principais medidas adotadas pelo governo para enfraquecer a Caixa.
“Defender a Caixa é defender o Brasil, é defender que o Estado cumpra sua responsabilidade social. Depois do Bradesco, a Caixa é o banco que tem a maior rede de atendimento do país, além de ser responsável pelos programas sociais do governo e pela gestão do FGTS. Com esse importante papel, a Caixa desperta muito interesse do capital privado. Por isso, é essencial manter a luta em defesa da Caixa 100 % pública, garantindo inclusive que a Caixa não abra mão da sua parcela majoritária na Caixa Seguros”, destacou a diretora do Sindibancários/ES Rita Lima, que coordenou o painel.
Fim do GDP
O fim do Programa de Gestão de Desempenho de Pessoa (GDP) também foi abordado durante o Congresso. Bancário há sete anos, Marcos Santolin falou sobre como a disputa entre os bancários é estimulada dentro do banco.
“É a segunda vez que participo do Congresso e acho importante estar presente porque esses debates abrem nossa mente. Apenas quando participamos de espaços como esse, entendemos o que está acontecendo no contexto econômico do país e no ambiente da Caixa. Com o GDP, por exemplo, recebemos um comunicado com a divisão das agências em dois times: Rio Branco e Desportiva. As agências que batessem a meta ganhariam uma camisa oficial do time. Essa é a gestão de desempenho da Caixa, um total desrespeito com os bancários”, enfatizou.
Para a bancária aposentada Bernadeth Martins, a imposição de um modelo de gestão vinculado à política do mercado está cada vez mais presente na da Caixa. “Estou aposentada há três anos, mas parece que esse modelo de estimular a disputa entre os bancários apenas se acirrou. Penso que nosso desafio é agregar os mais jovens, criando organização no seu local de trabalho”.
Pauta de reivindicação
Na parte da tarde, os bancários aprovaram a pauta de reivindicação da categoria que será encaminhada para a 31º Conecef. Dentre as reivindicações aprovadas estão: o fim das metas; permanência dos vigilantes nas agências enquanto houver bancários trabalhando e na agência em obras; ATS e licença prêmio para todos; fim dos correspondentes bancários; garantia de delta linear; manutenção da Caixa 100 % pública, dentre outras.
Debate
A avaliação da Campanha Salarial 2014 e o debate sobre a minuta de reivindicações deste ano contou com a participação do membro da CEE-Caixa, Genésio Cardoso.
“Abrir o capital da Caixa é golpe. Não foi esse projeto que elegemos. O projeto de abertura do capital foi um projeto derrotado nas urnas. Todos aqueles que têm um compromisso com a luta dos trabalhadores e com as classes menos favorecidas defendem a Caixa como 100 % pública. Nós perdemos a confiança no governo que elegemos em relação à defesa da Caixa. Estaremos atentos a qualquer investida contra a Caixa e não vamos tolerar que queiram torná-la um Bradesco ou um Banco do Brasil. Nenhum governo pode abrir mão do que é a Caixa Econômica. Nosso papel é defender a Caixa, para que ela continue sendo 100 % pública”, destacou Cardoso.
Fonte: Seeb-ES