Moradores das ocupações Dorothy Stang e Manuel Didier, nobairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, fizeram um protesto,ontem, contra a emissão da fumaça tóxica proveniente da fábricade tubulações de aço Icomacedo. Segundo a comunidade,dezenas de crianças e alguns adultos têm tido problemas desaúde, freqüentemente problemas respiratórios e inflamaçõesna pele, devido à inalação de fumaça e a exposição ao cheiroforte de tinta expelido pela empresa, localizada a poucos metros das casas. Em uma das residências, próxima àfábrica, três crianças estão, com várias feridas pelo corpo,segundo os pais, causadas pela poluição da indústria.
Durante o protesto, os manifestantes bloquearam com sacosde lixo, tonéis e plantas a Rua Jorge de Lima que dá acessoao prédio da Icomacedo, impedindo a entrada e saída doscaminhões da empresa. As atividades da indústria foramparalisadas durante o dia de ontem. O diretor doestabelecimento Manoel Macedo garantiu que, em 40 dias,ficará pronto um estudo de reformulação de emissão de gases.Ele explicou que já existe um processo de lavagem da fumaçaexpelida durante o processo de fabricação dos tubos, filtrandoa maior parte dos poluentes, porém os gases mais ofensivossão exalados no momento da pintura dos canos, pois sãoutilizadas tintas à base de petróleo. A coordenadora doMovimento Terra Trabalho e Liberdade (MTTL), Danúzia Mariados Santos, disse que o problema com a indústria é antigo,no entanto, nos últimos meses, houve maior despejo depoluentes no ar. Os moradores vão formar uma comissão para levar o caso ao Ministério Público de Pernambuco. Segundoo diretor da CPRH, Geraldo Miranda, os fiscais da agênciaforam ao local e aconselharam os donos a realizar ummelhoramento no processo industrial. Segundo Miranda, paraa empresa voltar a funcionar, os fiscais da CPRH devemretornar hoje e verificar a situação. (Diario de Pernambuco, Folha de Pernambuco, Jornal do Commercio, 02/02/06)
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