Rio – Moradores das 19 casas restantes da centenária Aldeia do Imbuhy, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, foram despejados, na manhã desta segunda-feira. Dez oficiais de Justiça, com apoio de homens do Exército, cumpriram ação de reintegração no local. A ação das famílias foi uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que devolveu aos militares o território onde está construído o Forte Imbuhy. Também participou da ação a Procuradora Seccional da União em Niterói.
De acordo com o Comando Militar do Leste, moradores não cumpriram prazos estipulados pela Justiça para sair de forma voluntária da aldeia e por isso tiveram suas casas demolidas. “O Exército viabilizou apoio logístico necessário à desocupação da área, bem como apoio médico, de assistência social e religioso”, disse.
Também foi disponibilizado aos moradores que solicitaram depósitos para que eles guardassem seus pertences. “Em parceria com o município, houve a solicitação da inclusão de todas as famílias envolvidas em programas sociais disponibilizados pelo governo”, afirmou o Exército, em nota.
Em seu Facebook, o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSol) se posicionou contra a reintegração de posse e definiu a ação do Exército como covarde. “Mais um ataque desumano contra famílias inteiras de pescadores que chegaram ali antes mesmo da construção dos Fortes”, afirmou o parlamentar, dizendo que essa é uma guerra também contra toda a população de Niterói, “que está tendo sua memória e sua cultura atacada e desrespeitada”.
Também na rede social, uma página chamada S.O.S Aldeia do Imbuhy postou fotos e vídeos da reintegração. “Hoje os homens do Exército Brasileiro atacam compatriotas, destroem seus lares e os expulsam sem direito a nada, hoje eles atacam a comunidade onde nasceu e foi bordada a bandeira Nacional, a primeira bandeira republicana”, escreveram os administradores da página.
Ainda não há informações sobre feridos.
Fonte: O Dia