Nesta quinta-feira, 24 de agosto, movimentos negros em todo o país, realizaram a Jornada dos Movimentos Negros Contra a Violência Policial.
A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) esteve presente, através da diretora Adilma Nunes, no ato do Rio de Janeiro, que se concentrou na Igreja da Candelária, no Centro da Cidade.
“As mobilizações dos movimentos negros, sociais, do movimento sindical e de pessoas não negras antirracistas, em todo país, foram fundamentais para o sucesso do ato. É importante frisar que a letalidade policial tem o aval do governador Cláudio Castro, e tem um alvo certo: as pessoas negras. O Anuário da Violência de 2022 aponta que as mortes em operações policiais chegaram a 6.429, ou seja, 17 por dia. Basta de violência policial!”, declarou Adilma.
A mobilização foi articulada em protesto às chacinas policiais que, somente no fim de julho e início de agosto, mataram pelo menos 32 pessoas na Bahia, 20 em São Paulo e 10 no Rio de Janeiro.
Entre as mais de 250 entidades que organizam a jornada estão Movimento Negro Unificado (MNU), Agentes de Pastoral Negros do Brasil, Associação de Mães e Familiares de Presos e Presas (Amparar), Frente Nacional de Mulheres do Funk, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Unegro, Conen e Uneafro Brasil. As manifestações tiveram apoio de diversos movimentos sociais e de pessoas não negras que têm sentimento antirracista e atuam na luta contra toda forma de discriminação social e a violência policial.
Os atos também exigem justiça por Mãe Bernadete Pacífico, ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA), brutalmente assassinada no último dia 17 de agosto em sua casa, na frente dos netos.
Outra reivindicação é que o Supremo Tribunal Federal (STF) vete “operações policiais com caráter reativo” e “grandes operações invasivas em comunidades sob pretexto do combate ao tráfico”, usando como jurisprudência a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, instituída durante a pandemia de covid-19.