Nesta quarta-feira, 20 de setembro, o Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú se reuniu, em São Paulo, com a direção do banco para discutir o programa de saúde mental proposto pela instituição financeira. Durante a reunião, o representante da área de saúde ocupacional e o médico do trabalho do Itaú fizeram uma apresentação do programa, que busca abordar o adoecimento mental como um fenômeno multifatorial.
José Renato Riscado, representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, esteve presente na reunião presencial.
“Este programa é muito importante, principalmente, no delicado momento que vive a categoria, com números alarmantes de afastados por problemas psíquicos. O combate ao assédio deve ser intensificado e permanente.”, avaliou José Renato, que também é Diretor Jurídico do Sindicato dos Bancários de Macaé e Região.
O programa apresentado pelo banco tem como principais objetivos quebrar o tabu em torno do adoecimento mental, reduzir o estigma associado ele, treinar líderes com habilidades socioemocionais para lidar com o tema e prevenir o adoecimento. Além disso, propõe a realização de ações preventivas com foco na organização do trabalho, incluindo o monitoramento de indicadores para um mapeamento efetivo.
Luciana Duarte, coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, destacou a importância da iniciativa. “A criação deste programa é um passo positivo após nossas denúncias sobre números alarmantes de doenças psíquicas relacionadas ao trabalho no banco Itaú. No entanto, cobramos que os programas não fiquem apenas nas apresentações e se tornem uma realidade na vida dos trabalhadores, diminuindo o número de adoecimentos e melhorando a qualidade de vida no trabalho.”
Ela também ressaltou a necessidade de treinamento para a gestão. “Para que os trabalhadores se sintam à vontade para expressar suas queixas, é fundamental que o assédio moral e sexual seja eliminado, pois ninguém vai desabafar sobre assédio com um assediador.”
O GT de Saúde do Itaú demandou melhorias no atendimento e no treinamento dos médicos das clínicas conveniadas, visando a melhor preparação para lidar com trabalhadores adoecidos. Também foi cobrada a extensão e melhoria do programa Recomece, considerando que 30 dias não são suficientes para a readaptação no retorno de licença.
Por fim, a equipe do GT de Saúde enfatizou a importância de que os programas propostos se estendam por todo o país e anunciou que irá acompanhar de perto a implementação e os resultados dessas iniciativas. “A busca por um ambiente de trabalho mais saudável e acolhedor é um compromisso que deve ser de todos os envolvidos, e o Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú está determinado a garantir que essa meta seja alcançada”, completou a coordenadora.
*com informações da Contraf-CUT