Foram realizados na manhã desta sexta-feira, 25, no centro do Rio de Janeiro, dois atos em frente aos prédios administrativos dos dois maiores bancos públicos do país. O edifício Sedan, do BB e o Barroso, da Caixa, mais as agências que ficam no térreo dos prédios, foram paralisados. O protesto, que fez parte da data nacional de mobilização contra o golpe e as medidas do governo federal, também foi contra o desamantelamento do BB, já anunciado, e da Caixa, ainda não confirmado.
Todos os locais de trabalho atingidos não funcionaram por uma hora. Sindicalistas revezavam-se ao microfone para infomar aos cidadãos cariocas os problemas que virão com o sucateamento do BB e da Caixa. “Estes dois bancos prestam serviços que nenhum banco privado se interessa por oferecer, mas são fundamentais para o atendimento à população, inclusive quem não é correntista, e para o desenvolvimento local”, ressalta Luiz Ricardo Maggi, diretor para Bancos Federais da Fetraf-RJ/ES.
Com o anúncio do Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada – PEAI e do fechamento de 402 agências e transformação de 379 em Postos de Atendimento feito pelo BB na última segunda-feira, o movimento sindical entrou em estado de alerta.
Na Caixa, o anúncio do PDV não é oficial, mas o presidente da empresa, Gilberto Occhi, já adiantou que o banco deve lançar um programa para afastar milhares de empregados e que haverá fechamento de cerca de cem agências.
A pretensão de reduzir o quadro de pessoal do BB em 18 mil funcionários e da Caixa em 11 mil lembra muito as medidas adotadas no governo FHC, quando o BB estava sendo sucateado e preparado para ser privatizado. “A privatização é a faceta mais visível da política neoliberal deste governo golpista, que já deixou claro que tem interesse em entregar patrimônio público de mão beijada para a iniciativa privada, inclusive multinacional”, critica Maggi.
Sindicalistas de todo o país estão se organizando para pressionar o BB e a Caixa a rever os programas de enxugamento da folha e já mobilizam funcionários dos dois bancos para realização de protestos, atos e paralisações.
Black Friday
A atividade no BB foi nacional e apelidada de Black Friday. A recomendação era de que os funcionários fossem trabalhar usando roupas pretas.
Em Petrópolis houve caravana pelas três agências do BB no centro, mais uma em Itaipava. Houve distribuição de panfletos e corpo a corpo com bancários e usuários. O Sindicato dos Bancários de Teresópolis também fez atividade, visitando a agência do banco no município e fazendo panfletagem e falação, direcionadas tanto aos funcionários, quanto aos clientes e usuários.