Funcionários da Caixa definem propostas e delegação para 33º Conecef

Em evento realizado no último dia 10, os funcionários da Caixa no estado do Rio de Janeiro discutiram as reivindicações da base que serão apresentadas ao 33º Conecef. O encontro também serviu para eleger a delegação que representará os empregados fluminenses do banco.

O encontro teve uma apresentação do economista Fernando Benfica, da subseção do Dieese no Seeb-Rio. Fernando falou sobre o balanço de 2016 da Caixa e seu impacto sobre a PLR dos funcionários. O técnico explicou como a empresa usou o aumento da Provisão para Devedores Duvidosos e o não lançou mão dos créditos tributários para jogar o lucro para baixo. “Não foi feito nada ilegal por parte da Caixa, somente o uso de manobras contábeis legalmente previstas. Como a Caixa não tem acionistas a quem prestar contas, não há preocupação em demonstrar um bom resultado. Então, o governo está usando todos os recursos possíveis para reduzir o lucro, com objetivo não só de pagar uma PLR reduzida, mas também de passar a imagem da Caixa como empresa não lucrativa, e justificar a privatização”, avaliou Luiz Ricardo Maggi, diretor da Fetraf-RJ/ES e representante da entidade na CEE/Caixa.

Em seguida, o assessor jurídico do Seeb-Rio, Márcio Cordeiro, deu informes sobre algumas das ações que o sindicato tem contra a Caixa. Mas o assunto mais discutido foi a liminar que a entidade obteve impedindo o banco de descontar o dia não trabalhado dos bancários que aderiram à Greve Geral de 28 de abril. Luiz Maggi aproveitou para reiterar a orientação da Fetraf-RJ/ES para que os sindicatos filiados entrem com ações semelhantes para garantir o não desconto. “Discutimos esta questão com a Caixa na ultima reunião com a CEE. O banco parece disposto a negociar e ficou de apresentar uma proposta. Queremos que o desconto seja revertido e que os funcionários possam compensar as horas não trabalhadas, como é feito na greve dos bancários”, informou o sindicalista.

Em seguida, Maggi deu alguns informes sobre as últimas negociações e foram discutidas as reivindicações que serão levadas ao 33º Conecef. Por decisão consensual, todas as propostas apresentadas serão encaminhadas ao evento nacional. “Entre elas, merece destaque a que define a realização, na primeira semana de julho, de um seminário Em Defesa da Caixa 100% Pública, em que será debatida e organizada, de forma democrática e unitária, a luta em defesa da Caixa”, informa Maggi.

Foi também levantada a necessidade de realizar uma campanha pela quitação do contencioso da Caixa com a Funcef. “A Caixa tem perdido varias ações trabalhistas que têm impacto na Funcef, mas o fundo de previdência, embora figure como parte nos processos, não tem relação com o fato gerador da dívida. Quem descumpriu os direitos trabalhistas e foi condenada por isto foi a Caixa, não a Funcef. Por isto, é preciso que o banco se responsabilize pelas verbas indenizatórias, não o fundo de pensão”, esclarece Maggi. Outra reivindicação apresentada diz respeito à transparência na gestão da Funcef.

Os bancários presentes também destacaram a necessidade urgente de retomada das contratações. Só no PDVE de 2017 mais de 4.600 empregados deixaram o banco e nos PAAs de 2015 e 2016 cerca de cinco mil se aposentaram. Enquanto isto, mais de 30 mil aprovados no concurso público de 2014 – que ainda está válido – aguardam convocação. “O banco se mantém intransigente, insistindo que não vai contratar ninguém, nem mesmo para substituir os empregados que se aposentaram. Se a sobrecarga de trabalho já estava ruim, piorou ainda mais. A postura da Caixa está não só prejudicando ainda mais o atendimento ao público, mas causando adoecimento dos bancários”, critica o representante da Fetraf-RJ/ES na CEE.

Os delegados eleitos também se posicionaram contrários às reformas trabalhista e previdenciária e à terceirização, medidas impopulares do governo ilegítimo que afetam toda a classe trabalhadora. “É fundamental que os empregados estejam unidos e mobilizados não só contra as ameaças à Caixa enquanto empresa pública e seu papel social, mas também ao desmonte da proteção social aos trabalhadores”, finaliza Maggi.

 

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES