Nesta quarta-feira (26), os funcionários da GeCEx-Rio cruzaram os braços das 14h às 16h horas e desceram para a frente do edifício Sedan, onde fizeram manifestação. O protesto fez parte da mobilização nacional, que contou com paralisações também em outros estados e foi definido em plenária realizada no mesmo dia, no local de trabalho. A reestruturação da GeCEx atinge, inclusive, grávidas, deficientes físicos e funcionários com larga experiência na área de câmbio, sendo uma porta aberta para o avanço da terceirização no BB.
A participação foi massiva, mesmo com ameaças. “Alguns gestores foram passando nas mesas dos funcionários e ameaçaram puni-los com o 308, que é o código para falta não justificada. Mesmo assim, os bancários da GeCEx insistiram em suspender as atividades”, relata Rita Mota, funcionária do BB e diretora do Seeb-Rio. A adesão à paralisação nacional de duas horas seguiu orientação da Contraf-CUT e foi referendada, indicativamente, por uma plenária realizada no Sindicato no dia anterior. Além dos funcionários da GeCEx, participaram da plenária bancários do Centro de Serviços Logísticos (CSL), no Andaraí, que também está sofrendo reestruturação.
Outra proposta discutida nesta plenária foi a realização de assembleia geral dos funcionários do banco, a ser convocada pelo Sindicato, visando ampliar a luta contra o desmonte e outras práticas de gestão que atacam os direitos do funcionalismo. A plenária também avaliou a necessidade de ampliar as articulações parlamentares e com o Poder Executivo federal, estadual e municipal.
A ameaça de punição com falta não pôde ser cumprida, porque o ponto já tinha sido batido e o 308 é para falta de um dia inteiro. Mas os funcionários já receberam a notificação de ponto, com anotação de duas horas negativas.
Na contramão
Os delegados sindicais das GeCEx de todo o país enviaram uma carta ao vice-presidente de Atacado, Maurício Maurano. Em resposta, o executivo se limitou a dizer que lamentava que os funcionários não houvessem compreendido as mudanças, feitas com transparência e eficiência, contribuindo para a eficiência operacional. “Os funcionários é que lamentam a falta de eficiência do modelo de gestão atualmente adotado no banco, que prioriza resultados com total descompromisso com as pessoas”, critica Rita Mota. “Este processo de reestrutruação não tem nenhuma transparência e em momento algum foi aberto o diálogo com os representantes sindicais”, acrescenta Murilo da Silva, também funcionário do BB e diretor do Seeb-Rio.
O anúncio de cortes na GeCEx não chegou a surpreender, mas a data de sua implementação, sim. “Esta reestruturação já vinha sendo formulada há alguns meses e a CEE/BB vinha cobrando que o BB discutisse o processo com os representantes dos trabalhadores, coisa que o banco não fez. Mas no dia em que o banco convocou a CEE para apresentar o projeto, também o apresentou aos funcionários, isto é, já era fato consumado”, relata Sérgio Farias, secretário-geral da Fetraf-RJ/ES e representante da base na CEE/BB. O que chama atenção foi o momento em que o projeto foi posto em andamento. “A reestruturação da GeCEx foi anunciada 36 horas depois de confirmada a reeleição da presidenta Dilma. É inadmissível que o banco tome esta atitude, que vai na contramão do compromisso de valorização das instituições financeiras estatais assumido pela presidenta na Carta aos Funcionários de Bancos Públicos Federais, publicada três dias antes do 2º turno”, lembra o sindicalista.
Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Seeb-Rio