Funcionários do Banco do Brasil realizam Dia Nacional de Luta

Nesta quinta-feira, 16 de janeiro, Sindicatos dos Bancários da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), e de todo o país, realizaram o Dia Nacional de Luta pela defesa dos Caixas do Banco do Brasil, em resposta ao descumprimento de compromissos assumidos pela instituição durante a Campanha Nacional 2024.

O banco havia garantido que haveria novos cargos e que os caixas seriam realocados em nova função com manutenção de remuneração similar ou superior à da gratificação de caixa, mas a realidade tem se mostrado diferente.

Atualmente, caixas estão sendo comunicados de que perderão suas funções em 1º de fevereiro, gerando um clima de desespero entre os trabalhadores. Muitos afirmam que não têm alternativas viáveis para realocação, contrariando o que foi prometido pelo banco, que assegurou a permanência dos trabalhadores na mesma cidade. Em algumas agências, quando há mais de um caixa para uma única vaga, o gerente geral está sendo responsabilizado por decidir quem ficará no cargo, um processo que desrespeita o histórico sistema interno de ascensão e oportunidades do banco.

“As manifestações e atos no Dia Nacional de Luta mostram a insatisfação dos funcionários do Banco do Brasil, em relação às práticas que vem ocorrendo nesta gestão do banco. É necessário que se torne público. Precisamos garantir a manutenção dos caixas, que garante um atendimento de qualidade à população. Reforçamos nossa luta por melhores condições de trabalho e que se cumpram os acordos”, comentou o Diretor de Bancos Federais da Fetraf RJ/ES, Danilo Funke Leme.

ANGRA DOS REIS

ESPÍRITO SANTO

No Espírito Santo, houve paralisação até as 11 horas em duas agências: Praia do Canto, em Vitória, e Centro, em Vila Velha.

Fotos: Sérgio Cardoso

ITAPERUNA

Metas abusivas e sobrecarga de responsabilidades

Além do descumprimento dos acordos, a vice-presidência de varejo do banco segue pressionando trabalhadores com metas abusivas em busca de lucros que desvirtuam o papel do Banco do Brasil como instituição pública. Agora, somam-se novas responsabilidades atribuídas aos gerentes gerais, que precisam decidir, muitas vezes de forma constrangedora, quem ficará com as poucas vagas disponíveis, enquanto os caixas ficam sem espaço para movimentação.

Cursos de reciclagem que não atendem aos trabalhadores

Outro ponto de insatisfação é o curso de reciclagem prometido aos caixas, que virou um pré-requisito para concorrer às vagas, sem que isso tivesse sido acordado previamente. Muitos trabalhadores que estavam de licença ou férias, ou mesmo os que têm alta demanda de trabalho, não conseguiram realizar o curso e, agora, estão sendo prejudicados.

Para o movimento sindical, a situação é inaceitável. “Na primeira apresentação, entendemos que seria uma reestruturação diferente das anteriores, com abertura de oportunidades e aumento de salários. Porém, na prática, o que temos observado, por meio das denúncias dos funcionários, é que esta reestruturação está repetindo as mesmas práticas anteriores, gerando insegurança e desrespeitando o que foi acordado em mesa”, ressalta Fernanda Lopes, coordenadora da Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB).

*com informações da Contraf-CUT