HSBC: Bancários protestam contra demissões e fechamento de agências

A próxima quinta-feira será marcada por protestos nas agências do HSBC no estado do Rio de Janeiro. Depois do anúncio do fechamento de cinco unidades, o clima pesou mais ainda nos locais de trabalho, onde o medo do desemprego ronda os trabalhadores.

As agências que estão em processo de encerramento de atividades são importantes em suas regiões. Na capital, uma das unidades é a única do banco no bairro de Madureira, principal centro de comércio da Zona Norte. Em Vassouras e São João de Meriti serão fechadas as únicas unidades do banco. Em Petrópolis será encerrada a agência do bairro da Posse, distrito afastado do centro, onde não há mais nenhum outro estabelecimento bancário e sequer uma casa lotérica.

O representante da Fetraf-RJ/ES na COE HSBC, Rubens Branquinho, critica esta postura. “O HSBC vem mostrando sua cara, que é a da segmentação para clientes de alta renda. Mas este movimento vai na contramão do que os outros grandes bancos estão fazendo. Enquanto outras instituições abrem agências nos bairros, levando seus serviços a um número maior de pessoas, o HSBC fecha. E isto justo quando o aumento do nível de emprego e de remuneração da população faz com que mais pessoas passem a usar os serviços bancários”, pondera Rubens.

Além da redução da rede, o banco também está mudando a forma de fazer negócios. As operações são altamente fiscalizadas dentro da empresa e os clientes que representam algum tipo de risco ou oferecem pouca rentabilidade são descartados. Outra alteração que já aconteceu foi o desvio de todas as operações de Pessoa Jurídica para um departamento, servindo a agência apenas como suporte, mas não contabilizando a rentabilidade gerada pela carteira. Mas, mesmo com todas estas mudanças, as metas continuam as mesmas – sempre altas, sempre difíceis de atingir, sempre gerando assédio moral e adoecimento.

A contrapartida financeira do empenho dos bancários, que todo ano chega na forma de PLR, não foi paga este ano. Alegando que teve prejuízo, o banco se sentiu desobrigado de cumprir a Convenção Coletiva dos Bancários e pagou apenas um abono linear de R$ 1.800 para todos os funcionários.


Boca no trombone

O fechamento da agência do HSBC no bairro da Posse, em Petrópolis, vai trazer muitos transtornos à população e ao comércio locais. Mesmo com estas ponderações, o banco não quer rever sua postura. O Sindicato dos Bancários da região vai realizar um protesto em frente à agência na próxima sexta-feira, com a participação de representantes dos comerciantes, das empresas de turismo, dos moradores além, claro, dos bancários lotados no local. O ato está marcado para as 11h.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES