HSBC fecha 5 agências no estado e já começou a demitir

Até o fim do mês de março cinco unidades do HSBC no Rio de Janeiro vão encerrar atividades. Duas ficam na capital, nos bairros de Madureira (Zona Norte) e Leme (Zona Sul). Uma é em Petrópolis, no bairro da Posse, a quarta fica em Vassouras, no Sul Fluminense, e a última é a de São Joao de Meriti, na Baixada Fluminense.



Embora o banco ainda não tenha se pronunciado oficialmente, tudo indica que o motivo para o fechamento seja a baixa rentabilidade das unidades. Em São João de Meriti quatro dos dez funcionários já foram demitidos, embora o banco tenha prometido remanejar os outros seis. Na agência Petrópolis-Posse houve promessa de que ninguém será demitido e o plano de remanejamento já está definido – dois bancários vão ser transferidos para o município de Três Rios e os seis demais vão ser divididos entre as agências Centro e Itaipava. Na agência Vassouras foi prometido que os sete funcionários serão realocados para outras unidades na região – a mais próxima é a do município de Barra do Piraí.



Em alguns locais, o encerramento das atividades das unidades representa um problema sério para a população. Em Vassouras e São João de Meriti só há uma agência do banco. Na Posse, em Petrópolis, a situação é ainda mais dramática: é a única unidade bancária do bairro, que fica afastado do centro. Não há sequer casa lotérica próximo ao local da agência fechada. “Toda a sociedade vai ser prejudicada. A agência mais próxima fica no município de Areal, e a passagem de ônibus é intermunicipal, mais cara. Para ir até Itaipava ou para o centro, o valor da passagem é menor, mas o trajeto é de quase 25 quilômetros. E ainda tem a questão do Pólo Industrial que está em vias de ser instalado. Uma região como esta não pode ficar sem banco. O HSBC vai sair e, em breve, outro banco vai se instalar”, pondera Geraldo Luiz de Oliveira, diretor do Sindicato dos Bancários de Petrópolis. O sindicalista adianta que, em função desta situação particular, a diretoria da entidade pretende buscar apoio junto à sociedade e aos poderes Executivo e Legislativo para impedir o fechamento da unidade.



Estratégia

O fechamento das agências obedece a uma nova orientação do banco de “diminuir para crescer”, segundo informa Renata Soeiro, funcionária do HSBC e representante da Fetraf-RJ/ES na COE. “O banco já informou que agência que não dá lucro será fechada. E adiantou, também, que os funcionários que não quiserem participar desta nova fase do banco serão demitidos. Já recebemos informação de que há correntistas recebendo pelo correio convites para irem até suas agências para encerrarem contas. O banco está se livrando de clientes que fazem muita movimentação, mas mantém saldo médio baixo”, completa a sindicalista.

Mas os problemas não serão somente dos clientes e usuários. Os trabalhadores serão prejudicados, e não somente aqueles que forem demitidos. “O banco já está enxuto, há escassez de funcionários em algumas unidades, mas as metas não baixam. E o fechamento sempre leva a demissões e, embora o banco esteja demitindo pouco, há sempre o medo de dispensa pairando no ar. Além do aumento da carga de trabalho, a apreensão que se instala entre os funcionários vão resultar em mais doenças. Já podemos esperar um aumento dos afastamentos”, calcula Renata Soeiro.

Levantamento

O coordenador da COE Interestadual do HSBC na base da Fetraf-RJ/ES, Rubens Branquinho, solicita que os dirigentes dos sindicatos filiados façam levantamento da situação das agências e das demissões em suas bases até a próxima quarta-feira, dia 12. Haverá uma reunião dia 13, às 14h, na sede da entidade, para discutir informes da última reunião da COE nacional; lucro do banco e pagamento da PLR; ação de espionagem; e levantamento e ações contra o fechamento de agências.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES