Itaú constrange bancários com revista nas agências e Seeb-Rio responde com paralisação

Banco marcou reunião com o movimento sindical para debater o fim da medida autoritária


 Charge: Júlio Mariano


A paralisação das agências da Av. Rio Branco, no Centro, nesta terça (10), foi a primeira resposta à revista diária imposta aos funcionários pelo Itaú. Iniciada nas agências do Rio, no último dia 9, a medida tem como pretexto a melhoria do serviço de segurança, como se os assaltos e roubos partissem dos empregados.


 


Durante a paralisação, a direção do banco entrou em contato com a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, pedindo a normalização do trabalho. Adriana respondeu que a paralisação só seria suspensa caso a revista de bolsas e pertences dos funcionários também fosse suspensa imediatamente. Diante do não dos executivos do banco, as agências ficaram fechadas até o final do expediente.


 


Reunião nesta quinta


 


Fruto da pressão da paralisação, uma reunião com a direção do Itaú ficou agendada para esta quinta-feira (12), a princípio em São Paulo. Adriana disse que, mesmo assim, já estão sendo estudadas medidas judiciais pelo Sindicato. Juntamente com a Contraf-CUT, uma verdadeira campanha será desencadeada em todo o país com mobilizações, em repúdio a esta vexatória e autoritária iniciativa do Itaú.


 


“Não vamos permitir de forma alguma que o Itaú continue submetendo os funcionários a este constrangimento covarde. Vamos combater este assédio moral de todas as formas”, afirmou.


 


A revista a bancários e bancárias em nada contribui para a melhora da segurança dos clientes e empregados. “O Itaú virou um especialista em medidas descabidas. Começa pelas demissões em massa, passa pela falta de investimentos em segurança, a extinção do cargo de tesoureiro”, denunciou a vice-presidente.


 


A manipulação dos valores guardados nas agências, antes responsabilidade do tesoureiro, está sendo feita há mais de um ano pelos gerentes operacionais (GO), que também trabalham nos guichês de caixa e ainda atendem clientes. “Esta é uma demonstração de que todas as ações do banco – corte de custos, sobrecarga de trabalho, precarização do atendimento e enfraquecimento da segurança – são voltadas somente para aumentar ainda mais seus lucros”, analisa Adriana.


 


Para Adriana, a revista é autoritária, inócua e demagógica. Se quisesse de fato resolver os gravíssimos problemas na segurança, o Itaú começaria por investir no setor. Como não faz isto, é o banco campeão de multas da Polícia Federal devido a falhas de segurança nas agências e postos de atendimento. Foram R$ 2,474 milhões. Motivo: equipamentos inoperantes, agências sem plano de segurança aprovado pela PF, ausência de vigilantes, falta de rendição de vigilantes em horário de almoço, transporte de valores a cargo de motociclistas e cerceamento à fiscalização da Polícia Federal nas dependências do banco.

Fonte: Seeb-Rio