A mudança da operadora do plano de saúde do Itaú está provocando apreensão nos bancários do grupo. A data da mudança já está marcada – 1º de março – mas o banco ficou de ampliar o prazo de adesão para os bancários que têm opção de manter o serviço da Unimed. O caso é específico para o interior do Rio de Janeiro, onde muitos bancários do Itaú são usuários da Unimed. Na capital a migração para a Fundação Itaú/Porto Seguro será automática, já que a operadora atual, a Caberj – que veio do Banerj e foi estendida a todos os funcionários do grupo depois da privatização – não terá seu contrato renovado.
Dois representantes do banco estiveram na Federação conversando com os sindicalistas na manhã da última sexta-feira: Bruno Cavalcante, do departamento de Relações Sindicais, e Marcelo Leão, superintendente de benefícios. Algumas dúvidas foram sanadas: não haverá carência e o banco vai avaliar as indicações de profissionais e hospitais feitas pelos usuários para credenciá-los ao novo plano. Outra informação tranquilizadora é que, para quem tiver migração automática, os casos de tratamentos prolongados, como acompanhamento de gestação, e doenças graves, serão acompanhados um a um. “Os funcionários receberão, junto com a carteirinha do novo plano, uma carta com todas as explicações. E estes casos específicos receberão tratamento especial, ninguém vai ficar prejudicado”, garante Marcelo Leão.
Mas nem tudo são flores. Há usuários da Caberj também no interior e a preocupação dos sindicatos é que estes bancários fiquem sem atendimento médico. “A Unimed é um cartel em Campos, e os dois hospitais da cidade são dominados pela Unimed e por outro plano de saúde que temos lá, o ASES. E os profissionais não vão querer sair da Unimed e ir para a Porto Seguro. Com isso, os bancários não vão mais poder se consultar com os médicos de sempre”, pondera Rafanele Pereira, presidente do Seeb-Campos. Outro problema é que, em algumas bases, não há profissionais ou instituições credenciadas no plano novo. “Em nossa base, temos 17 % dos bancários do Itaú que são clientes da Caberj. Como não tem Porto Seguro na região, eles não têm escolha, vão ter que migrar para a Unimed”, informa Jorge Valverde, diretor do Seeb-Angra dos Reis.
Além da questão do credenciamento, há a possibilidade de alguns trabalhadores ficarem de fora. “Antes, o Itaú tinha um plano empresarial. Agora, é um plano de autogestão. Isso significa que ele não será mais extensivo aos estagiários e terceirizados, como acontecia até agora”, ressalta Leonice Pereira, diretora da Federação. Adriana Nalesso, vice-presidente do Seeb-Rio e integrante da COE, ressalta que há outra questão jurídica envolvida. “Há um acordo coletivo nacional sobre plano de saúde. Mas a migração é individual”, destaca a sindicalista.
Diante de tantas questões complexas e específicas, os representantes da Federação reivindicaram a ampliação do prazo para migração para o pessoal que poderá optar entre Unimed e Porto Seguro. “O bancário deve esperar um pouco mais para tomar a decisão de mudar ou não. Vamos procurar o máximo possível de informação para podermos orientar os trabalhadores sobre as opções que se apresentam”, recomenda Fabiano Júnior, presidente da Federação.
Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES