Itaú demite, sindicato fecha agências

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro paralisou nove agências do Itaú nesta segunda-feira em protesto contra mais uma onda de demissões que está acontecendo no município. A intenção era manter as agências fechadas até as 16h, mas o banco chamou a polícia, que agiu com truculência, e os piquetes tiveram que ser desmontados.

Esta nova onda de demissões está acontecendo em vários municípios. Os motivos variam nas diferentes bases, mas a impressão é de que o banco está, mais uma vez, fazendo um esforço para reduzir o quadro de funcionários.

No Rio de Janeiro o sindicato registrou um aumento no número de homologações na segunda quinzena de outubro. O motivo alegado para a dispensa é o “risco extremo”, nome que o banco dá a situações em que a possibilidade de processo judicial é alta. Para evitar este problema o banco baixou uma normativa proibindo os bancários de vender mais de um produto para o mesmo cliente. “Antigamente era permitido, por exemplo, vender até quatro seguros diferentes por CPF: vida, residencial, de carro. Agora isso foi proibido. E também não pode mais vender produtos diferentes para o mesmo cliente”, esclarece Victor Barros, funcionário do Itaú e diretor da Fetraf-RJ/ES.

A medida, que pareceria correta, está, na prática, causando transtornos aos bancários, porque a norma mudou, mas a pressão continua. O banco quer vender produtos, mas limita a venda, e quem não cumpre a meta é demitido. “O itaú quer ‘oxigenar a carteira’, atraindo novos correntistas, e estimula os bancários a fazer a ‘venda consciente’. Mas as metas continuam aumentando, mês a mês. Como o bancário vai bater metas com tanta restrição?”, questiona o sindicalista.

Retorno

Em Petrópolis o número de demitidos na última semana de outubro também surpreendeu. Foram três dispensas, num universo de 13 agências, sendo algumas do segmento premium, que têm número reduzido de funcionários. Na base do sindicato serrano, a característica em comum dos dispensados é o recente afastamento para tratamento de saúde, com benefício B-31. Os bancários foram demitidos pouco após o retorno às funções.