Jornada de mobilização contra política monetária do Banco Central começa nesta sexta (16)

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), junto com as demais centrais sindicais e movimentos populares, iniciará a partir desta sexta-feira (16) a “Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central”, que segue mantendo a taxa básica de juros em 13,75%. Com isso, o Brasil continua com o título de país com a maior taxa real do mundo, o que significa prejuízos à economia, aumento do endividamento da população e empresas investindo menos na expansão e criação de empregos.

Além do lançamento da Jornada de mobilização, que terá início com uma grande caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), as entidades realizarão, no dia 16, assembleias e panfletagens em diversas regiões do país, além de um tuitaço nas redes sociais com as hashtags #jurosbaixosja e #ForaCamposNeto.

Na segunda-feira, dia 19, um novo tuitaço será realizado, com as mesmas hashtags, para mobilizar e informar ainda mais a sociedade civil sobre o tema.

Uma nova fase da jornada acontecerá no dia 20, quando o Comitê de Política Monetário do Banco Central (Copom) voltará a se reunir para definir qual será a taxa de juros referencial praticada no país. Nesta data, serão realizadas manifestações a partir das 10h em todo o país em frente aos prédios do BC, onde há sedes da entidade, ou em locais de grande circulação, a serem definidos nos próximos dias.

Selic aumentou sete vezes desde 2021

O Copom reúne-se durante dois dias a cada 45 dias para discutir a definição da Selic. Durante a gestão Campos Neto, que assumiu a presidência da entidade em fevereiro de 2019, a taxa básica de juros passou de 2% (em janeiro de 2021) para 13,75% ao ano (em setembro de 2022) – percentual mantido até o momento. A justificativa do BC para a alta de quase sete vezes da Selic é que o Brasil precisa controlar a inflação.

“Não se sustenta esse argumento que parte do princípio de que a maior parte da inflação no país é composta porque a população está gastando muito, ou seja, pela demanda. O consumo vem caindo entre a população e empresas. Na verdade, o que tem aumentado para esses grupos são os gastos com contratos de empréstimos e com cartões de crédito, que têm os juros cada vez maiores por causa da elevada Selic”, explica a economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT, Vivian Machado.

Fonte: Contraf-CUT