Receitas com tarifas e serviços bancários cresce quase 14 vezes mais do que as despesas com pessoal
O Banco do Brasil obteve um Lucro Líquido Ajustado de R$ 6,3 bilhões no 1º semestre de 2018, crescimento de 21,4% em doze meses e 7,1% no trimestre. A rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) do banco ficou em 13,3%, com alta de 0,9 pontos percentuais.
Segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no relatório do banco, o resultado foi impactado principalmente pelo aumento das rendas de tarifas e redução da despesa com Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD) no período. “Após o golpe, o Banco do Brasil passou a atuar como um banco privado, que pensa mais no lucro do que em seus funcionários e clientes. Cobra tarifas altas pelos serviços, que muitas vezes é realizado pelo próprio cliente, e promoveu uma grande redução em seu quadro de pessoal, prejudicando o atendimento e sobrecarregando ainda mais os funcionários que permaneceram no banco”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 5,5% no período, totalizando R$ 13,3 bilhões. Estas receitas são secundárias e respondem apenas por uma pequena parte do total de receitas do banco, mas, mesmo assim, o banco consegue cobrir com esse montante 121,53% do total de despesas de pessoal, considerando a Participação dos Lucros e Resultados (PLR). As despesas de pessoal cresceram apenas 0,4%, atingindo cerca de R$ 11 bilhões. Ou seja, a arrecadação secundária do banco dá para pagar todos os funcionários e ainda sobra muito dinheiro.
A holding encerrou o primeiro semestre de 2018 com 97.675 empregados, com fechamento de 1.928 postos de trabalho em relação a 30 de junho de 2017. O número de agências se reduziu em 126 unidades, em virtude do plano de reorganização institucional, que previa, no decorrer de 2017, o fechamento de 402 agências, com outras 379 passando a ser postos de atendimento. Contudo, o número de postos de atendimento também foi reduzido. Verifica-se que a rede própria do banco foi reduzida em 1.305 pontos.
“Mesmo sobrecarregados, os funcionários se esforçaram e produziram um grande lucro para o banco, suficiente para terem uma boa PLR e permitir que o banco atenda as propostas da Campanha Nacional dos Bancários”, ressaltou o coordenador da CEBB.
Carteira de crédito
A Carteira de Crédito Expandida do banco apresentou queda de 1,5% em doze meses, porém, com crescimento de 1,5% em relação ao 1º trimestre, atingindo R$ 685,5 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 2,1% em relação ao 1º semestre de 2017 e 2,2% no trimestre, chegando a R$ 189,6 bilhões. As operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 263,4 bilhões, com queda de 5% em doze meses, ficando estável no trimestre. Já as operações com o agronegócio ficaram praticamente estáveis (alta de apenas 0,2% em doze meses) e crescimento foi de 2,1% no trimestre, totalizando R$ 188,6 bilhões (a participação do BB na carteira do Agronegócio no país é de 59,7%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,77 p.p. no período, ficando em 3,34%. Diante disso, as despesas com PDD foram reduzidas em 19,4%, totalizando R$ 10,8 bilhões.
Leia a íntegra da análise do Dieese e veja abaixo a tabela resumo do estudo.