Lucro da Caixa cresce 15,3 % . Empregados denunciam aumento de pressão sobre metas

A Caixa Econômica Federal lucrou R$1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 15,3 % superior ao mesmo período do ano passado. Junto com a alta dos lucros cresce o aumento da pressão sobre metas abusivas. Gerentes e funcionários são cobrados cada vez mais pela empresa para elevar as vendas de produtos e serviços oferecidos pelo banco. É grande o número de bancários vítima das doenças ocupacionais. Há cerca de um mês, uma gerente morreu de enfarte no Rio de Janeiro. Há funcionários sofrendo transtornos psicológicos na empresa. “O problema é lucrar utilizando assédio moral e toda a forma de pressão sobre o trabalhador, gerando um número cada vez maior de funcionários doentes”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro Paulo Matilleti. Segundo o sindicalista, a sobrecarga de trabalho é outro problema na Caixa. “Há agências funcionando com apenas oito funcionários, com dois e até um caixa. Isto faz com que os clientes fiquem estressados e joguem toda a sua revolta sobre as costas do bancário”, acrescenta. “Há ainda uma série de reivindicações dos trabalhadores que a direção da Caixa ainda não solucionou , como isonomia entre novos e antigos funcionários, critérios objetivos e transparentes nas promoções e retirada de funções, jornada de seis horas para todos os empregados, entre outras demandas. Com este lucro basta vontade política e visão social interna para garantir melhores condições de trabalho para quem realmente garante os lucros, que são os empregados”, completa Matilleti.

O presidente do Seeb-Rio, Almir Aguiar, também cobrou da Caixa melhores condições de trabalho para os empregados. “Um banco público precisa ter uma visão social a começar pela política interna em relação aos seus funcionários”, disse.

Contraf-CUT retoma negociação no dia 28

A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomam na próxima quarta-feira, dia 28, às 14h30, em Brasília, o processo de negociações permanentes com a Caixa Econômica Federal. Na pauta estarão pendências da reunião anterior, como hora extra (dotação orçamentária versus acordo coletivo de trabalho – agências com até 15 empregados) e esclarecimentos quanto à redação da CE 081/14. A reunião também debaterá a gestão de desempenho de pessoas, o estágio probatório versus meta de venda de produtos e a contratação de mais empregados.


 


A partir dessa rodada, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, estará sob a coordenação de Fabiana Matheus, diretora de Administração e Finanças da Fenae. No mesmo dia, às 9h, na sede da Fenae, a CEE/Caixa estará reunida para preparar o encontro com os representantes do banco.

Fonte: Seeb-Rio