Os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Macaé estão enfrentando o abuso dos patrões durante a greve da categoria. Alguns bancos estão recorrendo aos cartórios para a confecção de atas notariais para registro de irregularidades supostamente cometidas pelos sindicalistas.
Mas o sindicato está atento e os dirigentes que estão nos piquetes foram orientados a não impedir a entrada de bancários nas agências. Todos estão seguindo rigorosamente a orientação de não bloquear portas e não provocar qualquer tipo de conflito com os trabalhadores. Mesmo assim, uma escrivã relatou em sua ata que uma dirigente sindical – que não se identificou – não permitiu sua entrada na agência. “A sindicalista não se identificou porque não é obrigada a se identificar a alguém que não é autoridade, não porque tivesse alguma coisa a esconder. E nós estamos tomando muito cuidado para não fazer nada que possa configurar bloqueio das agências”, relata Wagner Figueiredo, presidente do sindicato. “Os bancos estão usando o poder econômico para sabotar nossa greve. Achamos que estas atas serão usadas como justificativas para pedido de liminares em ações de interdito proibitório”, acrescenta Wagner.
Passando da hora
Outra estratégia dos bancos para burlar a greve é a prática de contingência, com assédio moral para os bancários trabalharem em horários alternativos. “O Itaú, principalmente, está dando ordens para que os bancários comecem a trabalhar às 18h, ficando na agência até às 20h. Isso, além de abusivo, já que é bem depois do horário de expediente bancário, põe em risco a segurança dos trabalhadores. Ontem mesmo (quarta-feira), três bancárias que saíam de uma agência por volta das 20h foram assaltadas”, critica Wagner.
Fonte: Fetraf-RJ/ES