O Itaú demitiu por justa causa o bancário Gustavo Buzon, dirigente da Fetraf-RJ/ES lotado em Macaé. O Sindicato dos Bancários local realizou uma paralisação na agência na última segunda-feira, 16, em protesto contra a ação antissindical.
A suposta justa causa alegada pelo banco não existe. Segundo o Itaú, o sindicalista, que não é liberado, teria fraudado o ponto eletrônico. Mas a verdade é que o bancário modificou a anotação de falta em dias em que se ausentou do serviço para cumprir compromissos sindicais, conforme comprovou através de documentos junto à inspetoria do banco. Buzon aproveitou a visita ao departamento para informar sobre descontos sofridos no salário em função de falha da gestora da agência em comunicar outras ausências para atividades do sindicato.
A vida de Gustavo Buzon no Itaú não tem sido fácil. Mesmo sendo um funcionário competente e eficiente, chegando a receber premiações do Programa Agir, ele foi transferido de agência quatro vezes no período de um ano. “Todos esses acontecimentos levam a crer que houve perseguição ao diretor sindical”, avalia o presidente do Seeb-Macaé, Wagner Figueiredo. As demissões de dirigentes sindicais são proibidas por lei – para evitar sejam intimidados e impedidos de atuar – e a dispensa só pode ser feita por justa causa.
As diretorias do sindicato de Macaé e da Fetraf-RJ/ES já estão se movimentando para buscar o cancelamento da demissão de Gustavo. O presidente da Federação, Nilton Damião Esperança, já expôs a situação ao presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, e ao coordenador da COE Itaú, Jair Alves. “A COE deve se reunir com o banco em São Paulo para discutir este assunto. E também já solicitamos a realização de uma reunião no Rio de Janeiro, com participação dos representantes do Itaú, para discutir as demissões de dirigentes, que têm acontecido nas bases de vários de nossos sindicatos”, informa Nilton.