Cerca de cinco mil manifestantes, a maioria mulheres, fizeram uma marcha da Alerj à Cinelândia no final da tarde de quinta-feira, 12, em protesto contra as medidas adotadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A marcha, chamada de Fora Cunha! também destacou os números do Mapa da Violência, divulgado esta semana, que demonstrou um aumento dos assassinatos de mulheres, sobretudo de mulheres negras. O pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PMDB, Pedro Paulo, denunciado duas vezes por agressões contra a ex-mulher, também foi duramente criticado.
O protesto, que destacou as ameaças que o PL 5069/13, de autoria de Cunha, representa para o atendimento às vítimas de estupro e abuso sexual, dificultando, entre outras coisas, a realização do aborto legal. A defesa da descriminalização do aborto, velha bandeira feminista, foi feita defendida com o argumento de que a proibição da interrupção da gravidez é uma ameaça à saúde e à vida das mulheres, sobretudo as mais pobres. Como não há possibilidade de realizarem o procedimento livremente, as mulheres se vêem obrigadas a recorrer a clínicas clandestinas onde correm todo tipo de risco. Ressaltando que maternidade tem que ser escolha, muitas gestantes e mulheres com bebês de colo participaram do ato.
Maior
Este foi o segundo Fora Cunha realizado no Rio de Janeiro. O primeiro ocorreu em 28 de outubro, com a mesma pauta e o mesmo trajeto. Ato semelhante foi realizado nesta quinta-feira em São Paulo e na sexta-feira, 13, vários municípios país afora também realizam protestos da mesma natureza.
