NOTA DE FALECIMENTO

Faleceu no último dia 24, no Rio de Janeiro, o escritor e jornalista Vito Giannotti, um dos coordenadores do Núcleo Piratininga de Comunicação.

Vito era muitos. Comunicador popular e sindical, ex-metalúrgico, jornalista, professor e autor de mais de vinte livros sobre comunicação e história dos trabalhadores. Falava com sotaque e entonação de italiano típico, mas escrevia em Português como poucos e não admitia que maltratassem a língua do país que adotou. Falando ou escrevendo, não usava meias palavras e era ferrenho defensor da liberdade, da democracia e do socialismo.

Em cursos e palestras Brasil afora, Vito espalhava a ideia de que os trabalhadores deveriam ter seus próprios veículos de comunicação. Em vinte edições já realizadas, o Curso Anual do NPC levava a dirigentes e assessores sindicais e lideranças populares os debates mais relevantes sobre comunicação e luta pela democracia.

Vito também lutava para preservar a memória da organização popular no Brasil. Tornou-se pesquisador do assunto e resgatou fatos já esquecidos da história de entidades e personagens que lutaram para construir a luta pelos direitos dos trabalhadores.

Com um entusiasmo que não diminuiu com os anos, costumava exortar seus interlocutores com uma frase que resumia seu pensamento e seu jeito de ser: “A luta continua, p*rra!”

Nascido na província de Lucca, na Toscana, Vito tinha 72 anos e vivia no Brasil há quase cinquenta. Deixa esposa, a jornalista Claudia Santiago, dois filhos e uma enteada.

A diretoria e os funcionários da Fetraf-RJ/ES lamentam profundamente seu falecimento e enviam condolências à família e aos amigos do companheiro.

Abaixo, um depoimento concedido à WebTV do Sinttel-Rio, em que fala de sua chegada ao Brasil em plena ditadura e do regime militar:


 


 


Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES