Nova reestruturação no BB vai piorar atendimento e gerar sobrecarga de trabalho

Foi anunciada no último dia 05 uma nova fase de reestruturação no BB. O banco nega que se trate de reestruturação, mas o processo é muito parecido com o anterior: haverá desligamentos, redefinição de funções, fechamento de postos de trabalho, encerramento de unidades e realocação de trabalhadores – muitas vezes com redução salarial.

A CEE teve uma reunião com a direção do banco no último dia 12, mas poucos detalhes do processo foram apresentados. “Não temos os números, quantas pessoas serão atingidas, as funções que serão modificadas, como vai ser o processo. O banco insiste em não apresentar estes dados. Parece que o BB quer dificultar a ação dos sindicatos”, critica Rita Mota, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB.

Clique aqui e leia matéria da Contraf-CUT com detalhes da reunião do dia 12.

Esta nova onda de reestruturação – um tsunami – vai resultar numa situação alarmante. Com as dispensas e o fechamento de agências decorrentes da fase anterior, iniciada em novembro de 2016, as condições de atendimento e de trabalho do banco estão cada vez mais precárias. Segundo estudo do Dieese após os cortes de 2017, foram encerradas 543 unidades e eliminados 10.012 postos de trabalho. Isto sem mencionar a extinção ou o enxugamento de departamentos, que já vinha acontecendo de forma pulverizada. Na fase atual, anunciada em 05 de janeiro, o banco vai instituir um PDV que tem público-alvo de 8 mil empregados. Foi criado também o Programa de Adequação de quadros, que vai provocar a transferência de funcionários. Cerca de mil vagas de caixa serão cortadas e assistentes dos escritórios digitais serão rebaixados a escriturários, mas continuarão realizando as mesmas tarefas. Tudo em nome da redução de custos.

Todo este enxugamento da folha, da rede de atendimento e dos setores de serviços internos tem um só objetivo: preparar o banco para a privatização. Com menos agências e menos funcionários o BB fica mais “atraente” para possíveis compradores. Como estamos vivendo sob um governo golpista que não esconde sua sanha privatista, cada etapa de reestruturação é um passo na direção da venda para a iniciativa privada. “Já houve reestruturação antes, mas nunca com a intensidade e o ritmo acelerado que estamos vendo desde o final de 2016. A fase anterior nem terminou direito e já temos outra a caminho. Funcionários que acabaram de ser realocados vão precisar procurar novamente um local para trabalhar. Quem já teve perda salarial – e foram muitos – corre o risco de ter nova redução”, alerta Rita Mota. “Só aqui no Estado do Rio de Janeiro já sabemos que os PSOs – onde ficam lotados os caixas e outros funcionários da área operacional – vai ter corte de 75 funções”, acrescenta a dirigente.

Em conflito com as leis

Esta situação é ainda mais complicada no estado do Rio de Janeiro em razão de leis regionais de atendimento bancário. Além da lei da fila, que não se aplica somente aos caixas, mas a qualquer tipo de atendimento presencial, temos também as leis que obrigam os bancos a aceitar pagamento de contas nos guichês das agências. “O estado tem leis que protegem os usuários e forçam os bancos a manter um contingente de funcionários suficiente para proporcionar atendimento digno e eficiente. Aí vem a direção de um banco público e corta milhares de postos de trabalho. Claro que as filas e a sobrecarga de trabalho vão aumentar. Tanto o público quanto os empregados do BB vão sair prejudicados”, critica Rita Mota.

Manifestação

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro faz ato contra esta nova onda de reestruturação no próximo dia 19, às 13h, no Sedan.

Fonte: Fetraf-RJ/ES