Policiais Federais fortemente armados, encapuzados e sem identificação chegaram por volta das 6h da manhã ao Palácio Gustavo Capanema, sede do extinto Ministério da Cultura, e entraram no prédio para desocupá-lo. Artistas e trabalhadores da cultura haviam ocupado o edifício em 15 de maio e em protesto contra o golpe de Estado e vinham promovendo intensa programação cultural. Na semana passada o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN entrou com pedido de liminar para a reintegração de posse, mas o juiz federal negou, alegando não ter alçada.
Quando a polícia chegou, os ocupantes ainda dormiam, exceto pelo dois rapazes que faziam o turno da segurança do movimento. Os policiais foram entrando e deram aos ocupantes cinco minutos para reunirem seus pertences e deixarem o prédio. Em negociação, os artistas e trabalhadores da cultura conseguiram que o prazo fosse estendido para meia hora.
De início, somente a parte interna do Capanema foi desocupada e os ocupantes levaram seus pertences para o pilotis. Mas a polícia foi empurrando e os artistas foram recuando até um canto do jardim. Foi então que operários chegaram e instalaram um tapume metálico para isolar todo o prédio. Em seguida, a PF deixou o local e foi substituída pela Polícia Militar, que manteve viaturas em frente ao edifício. Durante algumas horas, policiais permaneceram no interior do edifício.
No início da tarde os ocupantes começaram a se reorganizar e a retomar as atividades. Decidiram manter a programação cultural, mesmo acampados do lado de fora do prédio.