Nesta quinta-feira, 15 de agosto, a categoria bancária realizou mais um Dia Nacional de Luta. Desta vez, para pressionar os bancos para a entrega de uma proposta digna e global para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) na próxima mesa de negociações, agendada para terça-feira (20/8).
As manifestações, realizadas por Sindicatos dos Bancários da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) e de todo o país, aconteceram em resposta à postura da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na última rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários.
“É sempre válida nossa mobilização. Precisamos pressionar os bancos, para que eles apresentem uma proposta digna e a altura de seus lucros. É o setor que mais lucra no país.”, comentou Nilton Esperança, Presidente da Fetraf RJ/ES.
Reivindicações
O Comando Nacional dos Bancários entregou a minuta de reivindicações, para a renovação da CCT, no dia 18 de junho. O documento foi elaborado com base na Consulta Nacional dos Bancários, realizada com quase 47 mil trabalhadores. A minuta também foi submetida à aprovação pela 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e em assembleias realizadas em todo o país, com adesão de mais de 95% dos votantes.
Após a entrega da minuta, foram realizados uma série de encontros entre os representantes dos trabalhadores e dos bancos.
Reivindicações da categoria por tema
Cláusulas econômicas
– Aumento salarial acima da inflação (reposição da inflação, pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%).
– Melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Dieese alerta que os percentuais de distribuição da PLR dos bancos caíram ao longo dos últimos anos, mesmo após reajustes, introdução da parcela adicional e mudanças de parâmetros dos cálculos de distribuição. Além disso, a distribuição da participação nos lucros não vem acompanhando o crescimento dos lucros no setor, ficando, na maioria dos bancos, abaixo do teto de 15% previsto na CCT.
– Aumento nas demais verbas, incluindo VA/VR, auxílio babá e auxílio creche.
Cláusulas sociais
– Igualdade de oportunidades e igualdade salarial, entre gênero e raça.
– Mais mulheres no setor de Tecnologia da Informação (TI) dos bancos.
– Olhar especial para bancárias e bancários transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo com menor expectativa de vida no país, por conta da violência e preconceito que também dificultam o acesso e permanência no mercado de trabalho.
– Combate ao assédio moral e sexual.
Saúde
– Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes, para que tenham garantia de ambiente de trabalho adaptado e condições de ascensão profissional.
– Direito à desconexão.
– Combate à gestão por metas abusivas e que impacta na saúde e nas condições de trabalho.
E ainda
– Garantia de emprego e dos direitos conquistados.
– Fim das terceirizações.
– Jornada de quatro dias.
– Ampliação do teletrabalho.
– Retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, e garantir direitos dos desligados.
– Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica.
– Indenização adicional em caso de demissão.
– Garantias para mães e pais de PCDs, quando necessitarem acompanhar filhos nos atendimentos médicos e educacionais.
– Segurança nos ambientes físicos e digitais do sistema financeiro
ANGRA DOS REIS
ESPÍRITO SANTO
Fotos: Sérgio Cardoso
ITAPERUNA
MACAÉ
NOVA FRIBURGO
TRÊS RIOS
*com informações da Contraf-CUT