A manhã desta quarta-feira, 12, foi de manifestação em frente à Caixa Econômica Federal da Reta da Penha, em Vitória, para marcar os 161 anos de fundação do banco e o aniversário de 88 do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo. Bolas vermelhas, uma maquete de bolo, cartazes afixados na vidraça da agência deram o tom do protesto, que defendeu a Caixa 100% pública, patrimônio dos brasileiros e criticou a gestão do presidente do banco, Pedro Guimarães, aliado do presidente Jair Bolsonaro em sua política privatista e de desmonte do serviço público.
“A Caixa é uma das poucas empresas do país onde com certeza todo brasileiro vai entrar algum dia para obter um serviço. Esse governo quer destruir o papel social do banco, as políticas públicas. Nesse dia simbólico, queremos repudiar as ações do governo Bolsonaro”, afirmou o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Igor Bongiovani.
No panfleto distribuído aos clientes e à população em geral, o Sindicato lembrou que os empregados da Caixa têm muito a se orgulhar e pouco a comemorar nessa data. Orgulho porque a Caixa é o maior banco social do país, cumprindo o papel de inclusão bancária de milhões de brasileiros através de pagamento de benefícios sociais e promoção de políticas públicas e de infraestrutura, como financiamento para saneamento e moradia.
Por outro lado, os empregados estão exaustos com uma jornada de trabalho cansativa devido à escassez de trabalhadores nas agências. Os que lá estão se desdobram para dar o atendimento que o público merece. Mas essa dedicação não tem o reconhecimento da direção do banco.
Não bastasse o clima de preocupação geral com o futuro do banco, sob ameaça de privatização no governo Bolsonaro, o presidente Pedro Guimarães expõe os empregados a situações vexatórias, promovendo assédio moral coletivo. É uma direção que não valoriza os empregados e o patrimônio público.
Sindicato classista
Os 88 anos do Sindicato dos Bancários também foram lembrados na manifestação desta quarta-feira. O secretário geral da entidade, Jonas Freire, destacou as décadas de luta em defesa não só da categoria bancária e dos seus direitos, mas também da classe trabalhadora e do patrimônio público. “Agora estamos enfrentando uma árdua tarefa, pois o governador Renato Casagrande quer privatizar a seguradora do Banestes, uma empresa com mais de meio século de existência, 100% pública, rentável, que investe no Espírito Santo. Nossa luta não tem fim, é permanente, enquanto houver ameaça aos direitos do povo”, afirmou ele.
Reafirmando o caráter classista do Sindicato, Jonas Freire declarou: “Quando alguém mexe no direito de um trabalhador, todos temos que reagir. Este é um sindicato classista, que atua para a categoria, mas que é parte da luta da classe trabalhadora deste país, que hoje enfrenta o pior momento da sua história, com um governo que não defende a vida dos brasileiros. Por isso essa é uma data muito mais de luta do que de comemoração. Não daremos trégua. A luta continuará por mais quantos anos for necessário”.
Fonte: SEEB Espírito Santo